Revisor de contas do GES discorda que 14ME dados a Salgado sejam uma liberalidade
Porto Canal / Agências
Lisboa, 06 jan (Lusa) -- O revisor oficial de contas do GES Macedo Pereira recusou hoje que os 14 milhões de euros recebidos por Ricardo salgado sejam uma liberalidade e discordou do pagamento de imposto de selo sobre uma verba recebida em território internacional.
José Manuel Macedo Pereira está a ser ouvido hoje na comissão de inquérito à gestão do BES e do Grupo Espírito Santo (GES) e, questionado pelos deputados sobre a liberalidade recebida por Ricardo Salgado, invocou o "segredo fiscal" para não responder a várias questões.
"Fiscalmente tenho dúvidas de que aquilo seja uma liberalidade. Se fizer um trabalho para uma empresa, a empresa paga-me um valor, [considero que] foi uma doação e pago 10%", afirmou o também assessor fiscal que ajudou Ricardo Salgado a fazer correções fiscais, respondendo a questões colocadas pela deputada bloquista Mariana Mortágua.
Por outro lado, o revisor oficial de contas disse duvidar do pagamento de imposto de selo sobre "verba que não foi recebida em território nacional".
Ricardo Salgado, que liderou o BES durante 22 anos, recebeu 14 milhões de euros do construtor José Guilherme, quantia que acabou por ser justificada ao Banco de Portugal pelo ex-presidente executivo do BES com a figura jurídica de liberalidade, que diz respeito a uma oferta.
No parlamento, ouvido na comissão em dezembro, Salgado escusou-se a falar em detalhe da prenda do "foro pessoal" do construtor, sublinhando que o caso está em segredo de Justiça, sendo um elemento do processo 'Monte Branco'.
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