Revisor do GES reconhece que erro nas contas da ESI “não é normal”
Porto Canal
O revisor oficial de contas (ROC) e auditor do GES, José Manuel Macedo Pereira, reconheceu hoje que o buraco de 1,3 mil milhões de euros nas contas da Espírito Santo International (ESI) "não é normal".
Questionado pela deputada Cecília Meireles (CDS-PP) sobre o desvio de contas na ESI, ‘holding' do Grupo Espírito Santo (GES), e sobre se tal seria "normal", Macedo Pereira respondeu: "Percebo o alcance da sua pergunta. Respondo que não é".
O responsável falava na comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do Grupo Espírito Santo (GES), onde está a ser ouvido desde as 09:00, marcando a sua audição o regresso ao trabalho da comissão.
O revisor do GES declarou aos parlamentares que não conhece pessoalmente o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa.
"Não conheço o senhor governador. Não queria ter estado no lugar dele", sublinhou todavia, referindo-se aos problemas detetados no BES e no GES.
A comissão de inquérito arrancou a 17 de novembro passado e tem um prazo total de 120 dias, que pode eventualmente ser alargado.
A suspensão dos trabalhos da comissão por altura da época de Natal e Ano Novo levou a que a contagem dos 120 dias fosse interrompida.
Os trabalhos dos parlamentares têm por intuito "apurar as práticas da anterior gestão do BES, o papel dos auditores externos, e as relações entre o BES e o conjunto de entidades integrantes do universo do GES, designadamente os métodos e veículos utilizados pelo BES para financiar essas entidades".