Pelo menos 72 mortos em confrontos no Cairo -- oficial
Porto Canal / Agências
Cairo, 28 jul (Lusa) -- Pelo menos 72 pessoas morreram no Cairo, este sábado, depois de uma manifestação de apoio ao Presidente egípcio deposto Mohamed Morsi ter resvalado em violentos confrontos, informou o Ministério da Saúde.
De acordo com o ministério, foram também registadas nove vítimas mortais na segunda maior cidade do Egito, Alexandria, na véspera, elevando para 81 o total de mortos em dois dias de distúrbios.
Os confrontos de sábado no Cairo foram os mais mortíferos desde a deposição de Morsi a 03 de julho num golpe de Estado militar, com os manifestantes a acusarem a polícia de usar munições verdadeiras.
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, cujo país contribui com milhões de dólares em assistência militar e económica, expressou a "profunda preocupação" de Washington relativamente ao derramamento de sangue.
Num comunicado, o chefe da diplomacia dos Estados Unidos afirma que as autoridades têm "a obrigação moral e legal de respeitar o direito de reunião pacífica e a liberdade de expressão".
Ahmed Aref, porta-voz da Irmandade Muçulmana -- organização islamita de cariz fundamentalista a que pertence Morsi -- afirmou que 66 pessoas foram mortas numa mesquita do Cairo, junto à qual apoiantes do Presidente deposto têm estado acampados desde 03 de julho para exigir a sua reintegração.
As autoridades anunciaram que se preparam para desmantelar os acampamentos dos apoiantes de Morsi.
As manifestações, que tiveram como palco várias cidades do Egito, surgem depois de um tribunal ter ordenado, na sexta-feira, a detenção do presidente deposto, por alegadas ligações ao ataque do grupo palestiniano Hamas contra a polícia e por ter fugido da prisão em 2011.
Morsi, mantido incomunicável pelo exército desde a sua demissão a 03 de julho, foi formalmente detido por um período máximo de 15 dias.
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