Presidente da PT Portugal afirma que a empresa continua forte e sólida apesar de tudo
Porto Canal
O presidente da PT Portugal, Armando Almeida, disse hoje que os resultados da empresa no terceiro trimestre "são bem claros" e demonstram que "apesar de tudo o que está a acontecer à volta", a operadora continua forte e sólida.
Armando Almeida falava aos jornalistas na noite de quinta-feira, à margem do jantar-debate dos 30 anos da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC), que reuniu antigos presidentes da Portugal Telecom (PT), os líderes dos CTT, Impresa, Vodafone Portugal, entre outros, em Lisboa.
Questionado sobre o facto de o interesse na compra da PT Portugal poder estar a afetar a empresa, Armando Almeida afirmou: "Acho que os resultados são bem claros de que, apesar de tudo o que está a acontecer à volta da nossa empresa, nós continuamos fortes, sólidos como empresa que Portugal necessita".
A PT Portugal, que é detida pela operadora brasileira Oi, apresentou resultados do terceiro trimestre na quinta-feira.
"Ganhámos 'market share' [quota de mercado] versus à nossa concorrência, crescemos na televisão, crescemos na parte móvel, crescemos na convergência e crescemos mais do que qualquer um dos nossos concorrentes", disse o gestor.
No terceiro trimestre, "as receitas caíram 3,3% num mercado onde todos os nossos outros concorrentes caíram mais do que nós caímos. (...) Neste momento sentimo-nos relativamente satisfeitos de termos conseguido neste mercado supercompetitivo entregar os melhores resultados da indústria", acrescentou o presidente da PT Portugal.
"Obviamente, a PT é uma empresa importante para Portugal", salientou, apontando que "apesar de tudo o que falavam que a PT estava a ser destruída, que havia problemas", a operadora conseguiu "mais uma vez" mostrar que é "uma grande empresa".
Questionado sobre o projeto de reorganização da empresa, Armando Almeida disse que este será apresentado até final deste mês.
Relativamente a queixas da parte dos fornecedores devido a um eventual abrandamento das decisões da empresa, Armando Almeida afirmou: "Não temos nenhumas queixas dos nossos fornecedores, são importantes para a nossa empresa, fazem parte do nosso ecossistema".
E rejeitou que a gestão da PT Portugal esteja condicionada face às duas ofertas de compra apresentadas quer pelo grupo francês Altice, como pelos fundos Apax e Bain Capital.
"Não estamos condicionados, continuamos a investir, continuamos a apresentar bons resultados, ganhámos uma quantidade de clientes que iremos anunciar", disse, lembrando que a PT Portugal também ganhou a conta dos CTT.
Sobre se o plano de reestruturação que está a ser preparado inclui apenas o cenário de fusão, Armando Almeida garantiu que a PT Portugal está focada no mercado português.
A empresa está a trabalhar no cenário de "continuar a liderar, inovar" e a ter "a melhor eficiência operacional do setor, mas totalmente focado na entrega deste plano para Portugal", concluiu.
Os antigos presidentes da PT Murteira Nabo e Miguel Horta e Costa escusaram-se a fazer declarações sobre o momento que a operadora atravessa, tal como o presidente dos CTT, Francisco de Lacerda.
Além da PT Portugal, a Portugal Telecom SGPS está a ser alvo de interesse de compra por parte da empresária angolana Isabel dos Santos.
A PT SGPS detém 25% da brasileira Oi e a dívida de quase 900 milhões de euros da Rioforte, empresa do Grupo Espírito Santo (GES).