Isabel dos Santos lamenta posição da Oi sem ouvir partes interessadas
Porto Canal / Agências
Lisboa, 11 nov (Lusa) - A empresária angolana Isabel dos Santos lamenta a indisponibilidade da Oi "para atender qualquer das condições estipuladas" na oferta para a compra da PT SGPS "sem sequer ouvir os 'stakeholders' [partes interessadas]", disse hoje o seu porta-voz.
A brasileira Oi considerou hoje "inaceitáveis" as condições estipuladas na Oferta Pública de Aquisição (OPA) de Isabel dos Santos, referindo que não fará qualquer modificação "nos atos societários, contratos definitivos e demais instrumentos firmados".
Em comunicado, a Oi diz que "decidiu, por unanimidade, rechaçar [rejeitar] quaisquer propostas para alteração dos termos da operação, ratificando, por consequência, a manifestação feita pela Diretoria [comissão executiva] da Oi através de Facto Relevante divulgado nesta data no sentido de considerar descabida qualquer alteração dos termos previamente acordados nos Contratos Definitivos, celebrados com a PT SGPS em 08 de setembro de 2014.
"Tomámos conhecimento do comunicado da Oi de hoje em que declara a sua indisponibilidade para atender qualquer das condições estipuladas na OPA", disse o porta-voz da empresária angolana.
"Lamentamos muito que a Oi tome essa posição sem ponderar devidamente a proposta de criação de valor apresentada e sem sequer ouvir os 'stakeholders' que, para além de si, estão envolvidos", acrescentou.
"Estamos neste momento a ponderar prescindir das condições elencadas nas alíneas vi, vii, viii e ix do item 14 do anúncio preliminar", disse o porta-voz, que reafirmou que a proposta de Isabel dos Santos é "de criação de valor que envolve a Oi e os seus acionistas e que permitirá a manutenção da unidade da Portugal Telecom, evitando o desmantelamento da empresa portuguesa, uma das mais relevantes da economia nacional, e preservando os seus postos de trabalho, além de reconhecer e potenciar a capacidade tecnológica do grupo".
A PT SGPS detém 25% da Oi e a dívida de quase 900 milhões de euros da Rioforte, empresa do Grupo Espírito Santo (GES), entretanto falida, enquanto a PT Portugal, que detém o MEO e Sapo, entre outros serviços, é detida pela empresa brasileira Oi, no âmbito do processo de combinação de negócios entre as duas empresas.
"Acreditamos muito neste projeto e, desde que consigamos reunir vontades que o viabilizem, faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para o concretizar", salientou o porta-voz.
ALU(JMG/ICO/SYP) // VC
Lusa/Fim