FMI diz que aumento do salário mínimo em Portugal "foi prematuro"
Porto Canal / Agências
Lisboa, 05 nov (Lusa) -- O Fundo Monetário Internacional (FMI) criticou hoje o aumento do salário mínimo, considerando que a medida "foi prematura" e que demonstra que o 'ímpeto reformista' do Governo enfraqueceu depois do final do programa de ajustamento.
Numa nota sobre após a primeira missão de monitorização pós-programa, seis meses após a conclusão do resgate internacional, o FMI considera que o aumento do salário mínimo de 485 para 505 euros "foi prematuro" e demonstra que "o momento reformista, particularmente em áreas cruciais para a competitividade externa, parece ter pedido força depois do fim do programa de ajustamento".
A equipa do FMI que se deslocou a Lisboa na semana passada para analisar a proposta de Orçamento de Estado para 2015 (OE2015) considera que existem políticas "mais eficientes" para apoiar os trabalhadores com baixos rendimentos.
O Fundo admite também que o aumento do salário mínimo "pode dificultar que os trabalhadores pouco qualificados encontrem trabalho ou o mantenham".
O FMI estima uma redução da taxa de desemprego de 14,2% em 2014 (semelhante à do Governo) para 13,5% (0,1 pontos acima do inscrito no OE2015) no próximo ano e 13% em 2016.
O salário mínimo nacional foi aumentado dos 485 euros para os 505 euros no início deste mês, depois de ter estado congelado desde 2010. Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), continua a ser dos mais baixos da Europa Ocidental.
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