Pirataria no Golfo da Guiné tenderá a aumentar ainda mais -- especialista

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Porto Canal / Agências

Lisboa, 18 jul (Lusa) - O investigador Américo Seabra Reis afirmou hoje que o Golfo da Guiné é uma das áreas e rotas de "maior insegurança", onde a pirataria deverá tomar proporções ainda "mais importantes" com o aumento da exploração petrolífera na região.

"Não penso que o fenómeno da pirataria vá diminuir na costa africana oriental, especialmente ao largo da Somália e Golfo de Áden, mas penso que no Golfo da Guiné tenderá a aumentar", afirmou à agência Lusa Américo Seabra Reis, militar na reserva e investigador do Cento de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa.

O especialista lembrou que o fenómeno da pirataria no Golfo da Guiné está a "tomar proporções importantes" e que na região se têm vindo a verificar ataques cada vez "mais sofisticados".

Uma situação que poderá tomar proporções "mais importantes" à medida que a exploração de hidrocarbonetos (petróleo e gás natural) e a circulação marítima aumentarem ainda mais na região do Golfo do Golfo da Guiné, sustentou.

E tem havido "um aumento considerável dos navios que passam nessas águas", acrescentou Américo Seabra Reis.

Na segunda-feira, navio petroleiro com 24 tripulantes foi sequestrado na costa do Gabão, confirmaram fontes oficiais citadas pelas agências internacionais. O navio terá, ainda segundo as mesmas fontes, sido levado para aguas nigerianas.

Outro ataque deu-se esta semana ao largo da costa do Togo, onde piratas armados em várias embarcações saquearam um navio cisterna.

Suspeita-se que muita da "atividade criminosa" no Golfo da Guiné parta da Nigéria, país onde a pirataria é um fenómeno antigo, explicou o especialista, salientando, contudo, que mesmo assim "não é possível" estabelecer uma "ligação direta" com os grupos rebeldes que operam no Delta do Níger.

"É muito provável que [o aumento da pirataria no Golfo da Guiné] esteja fortemente associado a Nigéria", designadamente ao Movimento para a Emancipação do Delta do Níger, afirmou.

Contudo, o antigo militar explicou que apesar da atuação desses grupos ter vindo a aumentar nas águas do Golfo, o seu foco principal continua a ser o Delta do Níger.

Questionado sobre se poderá haver uma ligação entre os grupos organizados que se dedicam ao narcotráfico na região, especialmente nas águas territoriais da Guiné-Bissau, considerada plataforma para o narcotráfico internacional, o especialista afirmou que essas ligações existem, mas que não dispõe de dados suficientes para fazer tal afirmaçao.

O Golfo da Guiné é uma grande fonte de petróleo, cacau e, cada vez mais, de metais e outras matérias-primas para os mercados mundiais.

Ao contrário do que acontece no Corno de África, as águas da região não são controladas por missões internacionais de combate à pirataria e a maioria dos navios não dispõe ainda de segurança privada, como acontece na costa africana oriental.

SK // PJA

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