Fenprof critica cortes numa das áreas "mais martirizadas" nos últimos anos
Porto Canal / Agências
Lisboa, 16 out (Lusa) -- A Federação Nacional de Professores (Fenprof) criticou hoje os cortes previstos para o setor na proposta do Orçamento do Estado para 2015, considerado que a educação tem sido das áreas mais martirizadas nos últimos anos.
"Independente das medidas (...), a consequência é sempre a mesma: gente a ser posta fora, menos professores, menos auxiliares, menos técnicos. O que vamos ter é mais uma quebra de qualidade na educação", afirmou o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira.
De acordo com a proposta de Orçamento do Estado para 2015, a que a Lusa teve acesso, a despesa total consolidada prevista para 2015 para o ensino básico e secundário baixa 11,3% em comparação com 2014, ano em que se fixou em 6.243,9 milhões de euros.
A quebra da despesa do Estado representa quase a totalidade desse decréscimo, estando previsto um gasto de menos 661,7 milhões de euros, ou seja, menos 11,1% do que em 2014.
"A educação tem sido das áreas sociais mais martirizadas nos últimos anos. Os cortes no setor nos últimos três orçamentos têm vindo a crescer de forma excecional", afirmou Mário Nogueira, durante uma conferência de imprensa convocada pela Fenprof para apresentar números referentes ao processo de colocação de docentes, sobretudo na área do ensino especial.
Segundo Mário Nogueira, "Portugal é já dos últimos do ranking da OCDE (...) em que as verbas para educação têm o valor mais baixo do PIB", ficando "a cerca de metade do que são as recomendações internacionais".
Relativamente ao ensino especial, o líder da Fenprof considerou: "Os alunos do ensino especial são duplamente penalizados, não lhes falta apenas o professor da disciplina, mas também o de apoio".
"Estes cortes têm sempre implicações muito negativas para todos os alunos, agravados pela incompetência absoluta do Ministério da Educação. O país não pode arriscar que este ministro abra mais um ano letivo", afirmou.
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