Pires de Lima diz que o Estado está disponível para continuar a actuar como parceiro da PT em investimento
Porto Canal
O ministro da Economia, António Pires de Lima, afirmou hoje que o Estado está disponível para continuar a atuar como parceiro da Portugal Telecom (PT) em investimento no mercado português.
Pires de Lima falava na comissão parlamentar de Economia e Obras Públicas, na sequência de requerimentos feitos pelo PS e PCP sobre o comércio internacional.
Um dos pontos mais quentes durante a audição teve a ver com a atual situação da PT.
Num tom crítico, Pires de Lima disse que o PS "não tem mínimas condições éticas para dar lições de moral" ao atual Governo sobre a atuação deste relativamente à PT.
"A PT tem hoje novo presidente, felizmente alguém que foi escolhido fora do sistema, Armando Almeida, e este é talvez o maior sinal de esperança em relação ao futuro" da empresa, disse o governante.
"Eu próprio já me mostrei disponível para receber e reunir com a Comissão de Trabalhadores da PT", mas "sem interferências abusivas do Estado", numa alusão ao PS, o que gerou protestos do partido.
"O Estado - já manifestei à nova administração da PT - está disponível para continuar a atuar como parceiro da PT em investimento", como foi o caso do centro de investigação de Aveiro ou o centro de dados da Covilhã.
"É importante que a PT inicie um ciclo novo onde a gestão privada mostre a sua competência e independência em relação ao poder político, coisa que nunca aconteceu no passado", sublinhou Pires de Lima.
"Se houve político que criticou [a situação da PT], ele tem um nome: o meu nome", disse.
"No princípio de agosto denunciei essa situação, no dia seguinte Henrique Granadeiro apresentou a demissão [dos cargos que ocupava na empresa]", sublinhou.
"O Partido Socialista não tem qualquer condição para dar lições de ética", apontou, o que gerou protestos dos deputados do PS Paulo Campos e Fernando Serrasqueiro.