Separação definitiva de activos do BES só no fim do mês ou início de Novembro
Porto Canal
A separação dos ativos e passivos do BES terminará apenas no final de outubro ou no início de novembro, segundo Bruxelas, que acrescenta que só quando houver um balanço final para cada banco haverá "um melhor entendimento das perdas".
De acordo com um relatório da Comissão Europeia sobre o programa de ajustamento português (2011-2014), a que a Lusa teve acesso e que será hoje conhecido, "espera-se que a separação definitiva dos ativos e passivos entre Novo Banco e o que resta do Banco Espírito Santo (BES) ocorra no final de outubro/início de novembro".
"Depois de ser definido um balanço final para cada banco, será possível ter um melhor entendimento sobre as perdas. O antigo BES deixará de existir em meados de 2016, no máximo", lê-se ainda no documento preparado pela Direção-Geral dos Assuntos Económicos e Financeiros da Comissão Europeia.
O BES, "o único banco português que não se candidatou à recapitalização pública ao abrigo do programa" de ajuda externa, lembra Bruxelas, registou prejuízos históricos de quase 3,6 mil milhões de euros no primeiro semestre deste ano, tendo sido este o início de uma crise bastante mais profunda que motivou a intervenção do Banco de Portugal.
No primeiro fim de semana de agosto, a instituição liderada por Carlos Costa decidiu aplicar uma medida de resolução ao BES: separou os ativos e passivos considerados não problemáticos e transferiu-os para um banco de transição (o Novo Banco) e os considerados tóxicos ficaram no chamado 'bad bank', que manteve o nome Banco Espírito Santo.
O Novo Banco foi capitalizado com 4,9 mil milhões de euros através do Fundo de Resolução Bancária. O Estado português entrou com 3,9 mil milhões de euros neste Fundo, financiados com o dinheiro da 'troika' que estava reservado à banca e que ainda não tinha sido utilizado.