Escolas recebem colocações mas ainda não sabem os professores que ficam
Porto Canal
Novas colocações de professores estão hoje a chegar às escolas, mas os docentes têm até terça-feira para fazer a aceitação do lugar, pelo que os diretores escolares só saberão os profissionais que têm ao serviço na próxima semana.
"Só no dia 15 (quarta-feira) é que sabemos os professores que efetivamente ficam na escola", disse à agência Lusa Manuel Pereira, da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE).
As listas estão a ser publicadas na plataforma da Direção Geral da Administração Escolar (DGAE) e remetida a informação para as escolas, via correio eletrónico, sobre os professores que precisam.
Porém, segundo Manuel Pereira, é ainda necessário saber se o professor aceita a colocação, porque pode concorrer a mais do que um estabelecimento de ensino.
No agrupamento de escolas que dirige, em Cinfães, recebeu hoje de manhã a notícia de sete colocações, num universo 13 professores em falta.
Na semana passada, foram ali colocados nove professores e só três ficaram, disse.
"No limite, este modelo da Bolsa de Contratação de Escola (BCE) permite que todos os professores concorram a 304 escolas", as que têm contrato de autonomia e os Territórios Educativos de Intervenção Prioritária (TEIP), abrangidas pela BCE e pela reserva de recrutamento, cujos resultados estão hoje a ser publicados.
Para Filinto Lima, da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), as colocações de hoje representam "um balão de oxigénio" para as escolas, mas contas certas "só na próxima semana".
O diretor acredita que hoje ficarão centenas de professores colocados, através daquelas duas listas.
"Pode acontecer que estejam em mais do que uma escola, mas se a BCE funcionar a cem por cento, penso que a colocação será bastante célere. Estamos a testar o modelo, isto é novo em Portugal", afirmou.
"Isto é um respirar de alívio, mas ainda temos de esperar. Contas certinhas, finais, só na terça-feira", frisou.
O dirigente lembrou que há alunos sem aulas há um mês, incluindo disciplinas como matemática e outras a que terão de fazer exame.
"Espero que o ministério agora se foque nos alunos", referiu Filinto Lima, defendendo que devem ser prestados apoios ao longo ano para compensar aulas em falta e não apenas no final do ano.
Filinto Lima sugeriu que nas escolas em que haja professores sem horário completo lhes sejam atribuídas mais horas para apoiar os alunos. Se todos os professores tiverem horário completo, a solução passa por autorizar a escola a fazer contratações com essa finalidade, defendeu.
O diretor insistiu que deve ser repensado o sistema de colocação de professores, para que os docentes saibam mais cedo onde e quando têm de se apresentar nas escolas.