PS/Porto pede demissão de ministro por 70 mil alunos do distrito estarem sem professor

PS/Porto pede demissão de ministro por 70 mil alunos do distrito estarem sem professor
| Política
Porto Canal

A Distrital do PS/Porto pediu hoje a demissão do ministro da Educação por considerar que o ano letivo 2014/15 vive um "panorama caótico", faltando colocar "1.400 docentes num distrito em que 70 mil alunos não têm professor".

Os dados apresentados em conferência de imprensa resultam de "consulta direta a diretores" de escolas e agrupamentos, pelo que, afirmaram os socialistas, "se estiverem incompletos, pecam por defeito", podendo "ser maiores".

"Só no distrito do Porto estima-se que continuam por ocupar mais de 1.400 horários e serão cerca de 70.000 os alunos a que faltam um ou vários professores", lê-se num comunicado cujo título é "A 'normalidade' de Nuno Crato provoca o caos nas escolas".

O texto começa por "ironizar" com o facto de o ministro da Educação ter garantido que a abertura do ano letivo estava decorrer com "normalidade" para, mais adiante, recordar que Crato "pediu desculpas ao país" pelos "erros da colocação de professores".

"Esqueceu-se, porém, de pedir também a demissão", refere o documento distribuído hoje na sede do PS/Porto, estrutura liderada por José Luís Carneiro, onde o ex-diretor regional da Educação, António Leite, em declarações à Lusa, apelidou de "esfarrapadas" as "desculpas" dadas por Nuno Crato.

"Mostrou ser incapaz de fazer uma coisa tão simples como colocar professores, algo que se faz no nosso país há dezenas de anos. Neste momento, não vejo que possa haver outra saída para credibilizar e para permitir que o ano letivo funcione bem que é a demissão do ministro e da sua equipa", defendeu António Leite.

O ex-diretor regional voltou, então, a ironizar: "Foi um erro matemático de um ministro doutorado em estatística incapaz de perceber um erro numa fórmula matemática e que considera que a Matemática e o Português são disciplinas absolutamente essenciais".

António Leite classificou de "opaco" o concurso de colocação de professores: "O Ministério divulga a lista de seriação mas não divulga a lista de colocação. Ou seja, eu sei que a seriação daqueles docentes é aquela mas não sei se estão a ser colocados de acordo com a seriação. Se não há nada a esconder, porque se esconde?", questionou.

Além dos dados sobre falta de professores e colocações, o PS/Porto estima que "milhares de crianças e jovens com Necessidades Educativas Especiais" não tenham "apoio especializado", apontando que na região Norte foram colocados "menos 200" professores e terapeutas de educação especial face a 2013/14.

Os socialistas destacaram o "problema de existirem turmas de pré-escolar e do 1.º ciclo sem professor porque "a ausência de um é a ausência total do professor", acrescentando os casos "inaceitáveis e preocupantes" de ausência de docentes em disciplinas de exame e em ano de exame.

Sobre casos de professores colocados em escolas "durante três semanas" que "assumiram determinados compromissos" e foram, conforme referiram os socialistas, "sumariamente despedidos", António Leite defendeu que o "ministério tem de assumir as suas responsabilidades", ainda que tenha dúvidas sobre "qual a forma legal para o fazer".

"É mais um problema que o ministério tem e é insultuoso dizer-lhes [aos professores] que recorram aos tribunais. Quem cometeu o erro tem de o resolver", disse.

"Arrogância própria dos que se julgam iluminados", "sentido de impunidade" e "incompetência técnica" são algumas das caraterísticas que o PS/Porto atribuiu ao Ministério da Educação.

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