Produtores de arroz exigem compensação ao Governo para colmatar perdas de 30%
Porto Canal / Agências
Coimbra, 02 out (Lusa) - A Associação Portuguesa dos Orizicultores (APOR) alertou hoje em Coimbra que a presença de uma doença nas culturas do arroz levou a perdas de 30% no Baixo Mondego e Vale do Vouga, exigindo que Governo tome "medidas compensatórias".
A APOR reuniu hoje com a Direção Regional da Agricultura de Pescas (DRAP) do Centro, expondo a situação relacionada com a presença da doença "brusone" nas culturas de arroz, exigindo um levantamento da dimensão real dos prejuízos e medidas compensatórias que "reponham o valor dos prejuízos sofridos pelos orizicultores".
Segundo o documento entregue na DRAP do Centro, a região mais afetada foi a de Vale do Pranto e do Arunca, por estar abaixo do nível do mar, registando-se nessa área, com cerca de 4.000 hectares de arroz, perdas "na ordem dos 30%", sendo que alguns agricultores tiveram prejuízos entre os 50% e 60%.
No caso do Vale do Pranto e do Arunca, que produz cerca de 24 mil toneladas de arroz, poderão estar em causa mais de sete mil toneladas de arroz que se perdem devido à doença.
Isménio Oliveira, coordenador da APOR, explicou que a doença registada, que se deve ao excesso de humidade e falta de luminosidade, leva a que "o grão fique oco", havendo "searas onde nem justifica a sua ceifa".
O coordenador da APOR referiu que há tratamentos preventivos disponíveis, mas que estes "são muito caros".
A doença começou a surgir há três anos, tendo sido este o ano mais grave em termos de prejuízos para os orizicultores, acrescentou o responsável.
Arménio Almeida, produtor de arroz no concelho da Figueira da Foz, disse aos jornalistas presentes que teve um "prejuízo de mais de 50%" na sua cultura, de 24 hectares, pondo em risco a sua atividade enquanto orizicultor.
"Se não houver uma medida compensatória, terei dificuldades em me aguentar", sublinhou.
A APOR vai ainda expor a situação aos grupos parlamentares da Assembleia da República e do Parlamento Europeu, de forma a solicitar uma intervenção para "minimizar este grave problema".
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