Situação é "delicada e complexa" mas o BES não está em liquidação
Porto Canal / Agências
Lisboa, 19 set (Lusa) -- O presidente do Conselho de Administração do Banco Espírito Santo (BES), Luís Máximo dos Santos, recusou hoje que a instituição se encontre em liquidação, admitindo, no entanto, que a situação financeira do banco é "muito delicada e complexa".
Numa carta datada de hoje e assinada por Luís Máximo dos Santos, enviada à comunicação social, o administração do banco admite que "pelas finalidades de resolução, o BES encontra-se numa situação financeira muito delicada e complexa, mas contrariamente ao que por vezes tem sido dito, não se encontra em liquidação".
Luís Máximo dos Santos recorda que a liquidação do BES foi "um acontecimento inédito" no sistema financeiro português e mesmo no quadro da União Europeia", que trouxe "enormes desafios e consequências".
Nesse sentido, aponta o presidente, o primeiro mês de mandato da administração, que se assinala hoje, "foi dedicado a iniciar o processo de criação de uma estrutura operativa e a preparar, em articulação com o Banco de Portugal e o Novo Banco, o processo de separação de balanços, bem como desenvolver um conjunto de ações visando a preservação do valor dos ativos que permanecem no BES".
No dia 03 de agosto, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, depois de o banco ter apresentado prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades distintas.
No chamado banco mau ('bad bank'), um veículo que mantém o nome BES mas que está em liquidação, ficaram concentrados os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas.
No 'banco bom', o banco de transição que foi chamado de Novo Banco, ficaram os ativos e passivos considerados não problemáticos.
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