Pizarro (PS) diz ser “erro crasso” demolir Edifício Transparente no Porto

Pizarro (PS) diz ser “erro crasso” demolir Edifício Transparente no Porto
| Porto
Porto Canal/Agências

O candidato do PS à Câmara do Porto, Manuel Pizarro, considerou que a demolição do Edifício Transparente “seria um erro crasso”, defendeu a sua manutenção e criticou o “candidato motosserra” que apresentou essa proposta.

“A demolição deste edifício seria um erro crasso. Onde outros querem destruir, eu quero atrair emprego e atrair empresas. E quando nós temos aqui um espaço destes (…) com 600 postos de trabalho, com uma enorme capacidade de inovação e de exportação, a demolição deste edifício, repito, é um erro crasso de quem não conhece a cidade e de quem não está acertado com as prioridades que a cidade tem”, declarou esta quarta-feira Manuel Pizarro numa visita ao edifício à beira-mar.

Sem referir o nome de Pedro Duarte (PSD/CDS-PP-IL), o candidato do PS reforçou defender o contrário do “candidato motosserra” que se “dedica a propor portagens e demolições”.

Há duas semanas, o cabeça de lista da coligação “O Porto Somos Nós”, Pedro Duarte, assumiu que quer demolir o Edifício Transparente até à quota da estrada, permitindo que continue a existir o “chamado apoio de praia".

Manuel Pizarro defendeu ser necessário “um debate muito intenso” com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) sobre o Programa da Orla Costeira.

“Manifestamente, a forma como o edifício está demonstra que talvez a análise da APA tenha sido exagerada, pelo menos exagerada no tempo”, considerou.

Se as conversas não chegarem a bom porto, o ex-ministro da Saúde revelou que a autarquia “exigirá a correspondente indemnização” pela demolição daquele que “não é um edifício clandestino”.

“Fazer um edifício igual a estes custaria muitos milhões de euros. É um erro. Ouvimos aqui que seria importante algum investimento, mas que há algum receio, de facto, de o fazer”, partilhou.

Ao início da tarde desta quarta-feira, o PS visitou alguns dos negócios que funcionam no Edifício Transparente, na fronteira com o concelho de Matosinhos.

Tiago Carvalho Araújo, um dos inquilinos, fez uma apresentação para os socialistas sobre o trabalho desenvolvido pela Workin, uma empresa que promove espaços de ‘coworking’, trazendo outras empresas para o Edifício Transparente, e queixou-se do “fantasma da demolição”.

“O que temos feito cá [a nível de obras] são remendos. Se pudéssemos olhar para edifício num prazo mais longo, podíamos fazer mais e melhor”, garantiu.

Projetado pelo arquiteto catalão Solà-Morales e construído no âmbito da Porto 2001 - Capital Europeia da Cultura, o Edifício Transparente foi concessionado em junho de 2004 por um período de 20 anos, prazo que já tinha sido prorrogado em 2024 por um ano e voltou a ser prolongado até 2026.

Em vigor desde 2021, o Programa da Orla Costeira Caminha - Espinho (POC-CE) identifica 46 áreas críticas e determina o recuo de dezenas de núcleos habitacionais, bem como a proteção da Praia Internacional no Porto, junto ao Edifício Transparente, cuja demolição está prevista até 2028.

O atual executivo da Câmara do Porto é composto por uma maioria de seis eleitos do movimento de Rui Moreira e uma vereadora independente, sendo os restantes dois eleitos do PS, dois do PSD, um da CDU e um do BE.

Concorrem à liderança da autarquia Manuel Pizarro (PS), Diana Ferreira (CDU - coligação PCP/PEV), Nuno Cardoso (Porto Primeiro - coligação NC/PPM), Pedro Duarte (coligação PSD/CDS-PP/IL), Sérgio Aires (BE), o atual vice-presidente Filipe Araújo (Fazer à Porto - independente), Guilherme Alexandre Jorge (Volt), Hélder Sousa (Livre), Miguel Corte-Real (Chega), Frederico Duarte Carvalho (ADN), Maria Amélia Costa (PTP) e Luís Tinoco Azevedo (PLS).

As eleições autárquicas realizam-se a 12 de outubro.

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