Diocese do Porto diz "não alienar património com a intenção de realizar capital" e que permutas serviram para “arrumar os vários imóveis num lugar só”

Ana Francisca Gomes
Após ter sido tornado público o futuro incerto de vários moradores nas Eirinhas, a Diocese do Porto esclareceu, em comunicado, que fez permutas de algum do seu património após “ter surgido a oportunidade de arrumar os vários imóveis dispersos, na cidade, num lugar só”.
Em fevereiro foi tornado público o caso de 15 casas nas Eirinhas, freguesia do Bonfim, que eram propriedade da Diocese do Porto e que foram alvo de permuta, deixando os moradores a temerem serem despejados pelo novo senhorio, uma empresa de construção civil. Segundo avançou o Correio da Manhã na semana passada, a instituição católica trocou estas casas por um T0 que ainda não foi construído e vendeu por 230 mil euros os imóveis avaliados em quatro milhões.
Esta terça-feira, a Diocese do Porto, liderada pelo bispo Manuel Linda, informou que “não alienou património com a intenção de realizar capital para o transferir para outros negócios” e que “todos os imóveis foram avaliados por peritos certificados e inscritos na CMVM”.
“As obrigações e deveres do novo proprietário, previstas na lei do arrendamento segundo o Direito Civil, são as mesmas que estavam em vigor aquando da posse dos imóveis na Diocese do Porto”, informou ainda.
Na passada segunda-feira, a Diocese do Porto lançou, pela segunda vez no espaço de três meses, um concurso público para reabilitar o Seminário Maior da Nossa Senhora da Conceição e construir o “Maior Oporto Hotel”, na Sé, avançava o Porto Canal. De acordo com o anúncio publicado em Diário da República, o concurso público tem como preço base 13,7 milhões de euros e obriga a entidade vencedora ao cumprimento de um prazo de dois anos.