Universidade do Porto lança concurso para residência após polémica com projeto de arquitetura
Porto Canal com Lusa
A Universidade do Porto lançou esta terça-feira o concurso público para a construção de uma residência universitária e o pavilhão desportivo na Rua da Boa Hora, por 11,8 milhões de euros, segundo publicação em Diário da República. Recorde-se que, tal como o Porto Canal noticiou, o concurso de arquitetura, contestado na altura pela Ordem dos Arquitetos, foi ganho sem concorrência pela arquiteta autora de um anteprojeto que serviu de base para o mesmo concurso
No anúncio, publicado esta terça-feira em Diário da República, a Universidade do Porto esclarece que a construção da residência universitária e do pavilhão desportivo se inserem no projeto Boa Hora.
O projeto foi desenvolvido no âmbito do Programa Nacional de Alojamento para o Ensino Superior (PNAES), em parte financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e por fundos europeus NextGeneration.
O concurso tem uma dotação de 11,8 milhões de euros (mais IVA), sendo que, este ano, estão previstos encargos na ordem dos 5,3 milhões de euros e, em 2026, no valor de 6,5 milhões de euros.
"O montante fixado para cada ano económico poderá ser acrescido do saldo apurado no ano anterior", lê-se no anúncio.
Em novembro do ano passado, a Universidade do Porto anunciou que pretendia investir mais de sete milhões de euros na recuperação e construção dos complexos desportivos da Boa Hora e da Asprela para que, até 2030, pelo menos 40% da comunidade científica praticasse desporto.
Na Boa Hora, está prevista a construção de um pavilhão "com uma área própria para a prática de atividades de 'fitness', corpo e mente", especificou.
Em junho de 2022, aquando da tomada de posse para um segundo do mandato de quatro anos, o reitor da Universidade do Porto, António Sousa Pereira, avançou à Lusa que pretendia investir cerca de 100 milhões de euros na requalificação e construção de infraestruturas para estudar e viver.
A construção de uma residência universitária na Rua da Boa Hora, com cerca de 250 quartos, foi uma das candidaturas apresentada pela instituição do PRR.
Processo conturbado
O concurso público de arquitetura, contestado pela Ordem dos Arquitectos, foi ganho sem concorrência pela arquiteta autora de um anteprojeto que serviu de base para o mesmo concurso. Já o projeto final da residência foi alvo de várias participações feitas à Câmara do Porto e o caso foi mesmo levado por um arquiteto à Assembleia Municipal.
Questionada pelo Porto Canal sobre se o PIP não deveria ter sido alterado até obter uma apreciação arquitetónica favorável, a Câmara do Porto defendeu a conformidade do procedimento, visto que o projeto acabaria por receber um parecer positivo. “Conforme é referido nesse parecer e na informação final, os elementos a corrigir não são impeditivos à tomada de decisão e deverão ser entregues em fase de licenciamento”, esclareceu a autarquia.
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