Câmara da Covilhã suporta parte dos aumentos nos transportes
Porto Canal/ Agências
Parte do aumento dos custos dos autocarros urbanos na Covilhã vai ser suportado pela Câmara da Covilhã, informou esta quarta-feira o município.
A autarquia adiantou, em comunicado, que vai suportar o valor correspondente ao descongelamento da Taxa de Atualização Tarifária (TAT) dos transportes, para “reduzir consideravelmente os aumentos nos preços dos passes urbanos e a ajudar os covilhanenses a pagarem menos”.
“Com esta medida, a câmara consegue travar os efeitos negativos que o descongelamento decidido pelo Governo teve nos preços fixados para 2025, desonerando assim os utilizadores dos transportes na Covilhã e garantindo que o aumento que lhes é imputado fica abaixo do que foi definido a nível nacional”, referiu o município, na mesma nota.
No caso do passe mensal dos autocarros urbanos e suburbanos, cujo valor aumentou este ano de 38,95 para 47,25 euros, com a Câmara da Covilhã a assegurar a TAT, o preço passa para os 39,60 euros e o aumento para o utilizador representa 65 cêntimos mensais, comparou o município.
Sem adiantar o montante, a Câmara frisou que a diferença suportada pela autarquia representa um “investimento anual muito significativo”.
“Na impossibilidade de levarmos o Governo a dar resposta positiva a estes territórios, reforçando as verbas que transfere neste domínio para o interior, decidimos que, uma vez mais, tínhamos que ser nós a assumir esse apoio aos nossos concidadãos”, acentuou o presidente da Câmara da Covilhã, Vítor Pereira.
O autarca reiterou que o Governo deve reforçar as verbas de compensação previstas para a região na área dos transportes, para que “os habitantes destes territórios também tenham acesso às tarifas que são aplicadas nas grandes áreas metropolitanas”.
No início do mês, a União dos Sindicatos de Castelo Branco (USCB) denunciou que os preços dos autocarros urbanos e suburbanos na Covilhã foram fixados acima dos 2,02% determinados por lei e considerou os aumentos “uma vergonha”.
A Câmara da Covilhã justificou o aumento de cerca de 20% na tarifa dos passes sociais do concelho com o descongelamento da Taxa de Atualização Tarifária, disse que a atualização dos preços decorre da aplicação da lei e do contrato de concessão com a Transdev e acrescentou que ia tentar que esse valor não recaísse sobre os cidadãos.
Vítor Pereira voltou a alertar para as discrepâncias dos valores pagos pelos munícipes das grandes áreas urbanas e pelos do interior.
“É hora de o Governo parar com este tratamento desigual e inaceitável entre as grandes áreas metropolitanas e as restantes zonas do país, nomeadamente no que se refere ao financiamento das autoridades de transporte”, reforçou o presidente.
O PCP defendeu ser “necessário e urgente a reversão dos aumentos” promovidos nos passes dos autocarros urbanos e suburbanos, num concelho onde há freguesias com passes a 111 euros e 120 euros mensais.