40% dos carros na Baixa do Porto serão TVDE. Moreira volta a pedir regulação urgente
João Nogueira
A certas horas do dia, quatro em cada dez carros que circulam na Baixa do Porto serão TVDE. O diagnóstico foi feito pelo presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, que reforçou a necessidade dos municípios em regulamentar a atividade para evitar o “caos” urbano e proteger tanto o interesse público como o dos próprios operadores.
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“Temos números que apontam que, em determinadas horas do dia, nesta zona central da cidade, 40% dos veículos de transporte individual são TVDE. Este assunto é de tal maneira grave que também representa, para os pequenos operadores, um enorme problema, porque não há clientela que chegue”, explicou Rui Moreira, à margem da reunião de executivo esta segunda-feira.
As declarações chegaram depois do Bloco de Esquerda apresentar uma proposta que levou a uma discussão sobre a mobilidade na cidade.
O presidente da autarquia portuense destacou a necessidade de regulamentar a atividade de forma semelhante aos táxis, permitindo às autarquias definir zonas específicas para paragens e recolha de passageiros: “Precisamos de uma regulamentação que passe para os municípios a capacidade de criar o mesmo que temos com os táxis. Não é possível continuar assim”.
“Por exemplo, gostaríamos que não pudessem parar no Terminal Intermodal de Campanhã, não para prejudicar alguém, mas para evitar que estas áreas fiquem sobrecarregadas”, continuou o autarca
TVDE causam fila de espera
Moreira criticou o excesso de veículos parados à espera de passageiros, sublinhando que a situação afeta negativamente a cidade. “Neste momento, o Terminal Intermodal de Campanhã está carregado de veículos TVDE que estão à espera, muitas vezes, sem ainda terem cliente, e isso transforma a cidade num horror”, frisou.
Naquela estrutura da cidade, por exemplo, o autarca propôs a criação de uma ZAAC- Zona de Acesso Automóvel Condicionado, que acabaria com as filas de espera e o congestionamento à entrada do terminal, uma vez que os carros eram obrigados a esperar num ponto periférico. Esta não foi a primeira vez que o autarca propôs esta medida para o TIC, face à pressão dos TVDE naquela zona.
Além disso, o autarca sublinhou também que a regulamentação beneficiaria todas as partes envolvidas, incluindo os operadores: “Os próprios condutores de TVDE sentem que a desregulação está a provocar um depauperamento das suas economias. Portanto, uma regulação serve o interesse público e também o privado.”
Rui Moreira garantiu ainda que a Associação Nacional de Municípios e o Governo já estão atentos ao problema, mas apelou a uma solução célere para travar os impactos negativos desta atividade nas cidades.