Líder da Iniciativa Liberal repudia falsificação de assinaturas por Mayan admitindo expulsão do partido

Líder da Iniciativa Liberal repudia falsificação de assinaturas por Mayan admitindo expulsão do partido
Lusa
| Porto
Porto Canal/Agências

O presidente da Iniciativa Liberal Rui Rocha repudiou esta sexta-feira a falsificação de assinaturas assumida pelo militante Tiago Mayan, revelando que já foi aberto um processo disciplinar que poderá culminar na expulsão do partido.

Tiago Mayan, presidente da União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde, no Porto, antigo candidato presidencial apoiado pela IL e rosto da oposição interna à atual direção de Rui Rocha, assumiu ter falsificado as assinaturas do júri do Fundo de Apoio ao Associativismo Portuense.

“Quero manifestar aqui o repúdio total pelos factos de que tivemos conhecimento. Na Iniciativa Liberal não temos complacência com este tipo de situações”, afirmou Rui Rocha, à margem da visita à Expometal, que decorre na Exposalão, na Batalha.

O líder da IL revelou que já foi iniciado um processo disciplinar “para apurar responsabilidades e determinar consequências”.

“Olhando para a gravidade dos factos pode ir até uma expulsão do partido. No limite, é aquilo pode estar em causa, confirmando-se os factos e havendo essa confissão. Volto a dizer, são factos graves que eu, pessoalmente, enquanto presidente da Iniciativa Liberal, e o partido repudiamos totalmente”, reforçou Rui Rocha.

Para o presidente da IL, estas condutas são inaceitáveis e, além do processo disciplinar para apurar as responsabilidades, há também matéria criminal.

“Ninguém está acima da lei, muito menos alguém que tem responsabilidades de cargos públicos. Portanto, havendo aparentemente a possibilidade de terem sido praticados atos de relevância criminal, aquilo que deve acontecer é as entidades judiciais fazerem o seu trabalho, investigarem e agirem em conformidade”, sublinhou.

Rui Rocha afirmou ainda que nenhuma organização ou partido pode dizer que situações destas não vão acontecer. “O mais importante é como é que as organizações reagem a estas situações e a reação da Iniciativa Liberal e do seu presidente é de repúdio total pelos atos praticados e que aparentemente constam até de uma ata e foram já confessados pelo senhor Tiago Mayan”, acrescentou.

Confrontado com a vontade que Tiago Mayan em candidatar-se à presidência do partido, Rui Rocha afirmou que deve ser o autarca demissionário a responder se tem condições para avançar com uma lista à liderança da IL.

Em causa está uma ata da reunião do júri do Fundo de Apoio ao Associativismo Portuense, datada de 16 de setembro, que terá sido elaborada e falsificada por Tiago Mayan.

"Essa ata não foi elaborada pelo júri, nem tão pouco assinada pelos mesmos, tratando-se de um documento falso com assinaturas apostas por outra pessoa", lê-se na ata da reunião que decorreu quarta-feira entre o júri e o executivo da junta.

Segundo o documento, a que a Lusa teve acesso, quando confrontado com o documento, Mayan confirmou "que foi ele que elaborou o documento e colocou as assinaturas, atribuindo a si próprio tal responsabilidade, isentando de qualquer culpa todos os restantes membros do seu executivo e colaboradores".

Num comunicado pessoal enviado na quinta-feira à noite, Mayan afirmou que não estavam reunidas "as condições pessoais para continuar a exercer" o cargo.

Tiago Mayan foi eleito, em setembro de 2021, presidente da junta com 36,92% dos votos, pelo movimento independente "Rui Moreira: Aqui Há Porto", apoiado pela Iniciativa Liberal (IL), CDS, Nós Cidadãos e MAIS.

Foram eleitos para o executivo da junta Ana Júlia Furtado, José Ramos, Laura Lages Brito, Germano Castro Pinheiro, Tiago Lourenço (PSD) e Cláudia Bravo (PSD).

Tiago Mayan, ex-candidato presidencial da IL, formalizou em julho a sua candidatura à liderança do partido por estar insatisfeito com o rumo do mesmo e entender que a IL precisa de alcance, amplitude e arrojo.

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