Porto quer combater alterações climáticas até 2030 com investimento de dois mil milhões de euros

Porto quer combater alterações climáticas até 2030 com investimento de dois mil milhões de euros
Miguel Nogueira | CM Porto
| Porto
Porto Canal/ Agências

A Câmara do Porto investiu, entre 2017 e 2023, 657 milhões de euros em medidas de combate às alterações climáticas, e pretende alcançar os dois mil milhões de euros de investimento até 2030, avançou o vice-presidente.

"As alterações e os desafios climáticos vão persistir. Temos de atuar agora para que daqui a 50 ou 100 anos tenhamos uma cidade adaptada", afirmou o vice-presidente da câmara, Filipe Araújo, durante a sessão da Assembleia Municipal, na segunda-feira à noite.

Na sessão convocada pelo BE para discutir as políticas de combate às alterações climáticas, Filipe Araújo, que detém o pelouro do Ambiente, adiantou que, entre 2017 e 2023, o município investiu 234 milhões de euros na implementação de 184 projetos de adaptação às alterações climáticas, tendo 49% desse montante sido destinado ao ciclo urbano da água.

O restante montante foi investido no aumento das áreas verdes, valorização e reabilitação das linhas de água, criação de bacias de retenção, aumento da arborização ou estabilização das escarpas.

Desde 2019 foram também investidos 423 milhões de euros em medidas de mitigação, o que, no total, perfaz 657 milhões de euros de investimento até 2023 no combate às alterações climáticas.

Filipe Araújo elencou ainda uma série de objetivos que o município se compromete alcançar até 2030, ano em que pretende totalizar dois mil milhões de euros de investimento, 300 milhões de euros em medidas de adaptação e 1,7 mil milhões de euros em medidas de mitigação.

No âmbito desses objetivos, destacam-se medidas concretas como o investimento de 15 milhões de euros na marginal, a aquisição de terrenos privados nas escarpas, o investimento de 70 milhões de euros na reabilitação do parque municipal de renda apoiada ou 25 milhões de euros na requalificação do parque escolar.

Requalificar 25% da área verde municipal de acesso público, reduzir 25% o número de ocorrências com inundações urbanas e aumentar a rede de sensores de monitorização ambiental são outras das medidas a desenvolver.

Pelo BE, que convocou a sessão, a deputada Susana Constante Pereira defendeu que o desafio das alterações climáticas “é gigante” e por isso, disse ser preciso "ir mais além" em áreas como a mitigação e transição energética.

Já o deputado único do PAN, Paulo Vieira de Castro, destacou “o trabalho hercúleo” desenvolvido pelo município, mas apelou à necessidade de convocar os "parceiros geográficos" lembrando que os fenómenos climáticos "não têm fronteiras nem conhecem ideologias".

À semelhança do BE, também o socialista Agostinho Sousa Pinto considerou as alterações climáticas "um dos maiores desafios" que o planeta enfrenta e defendeu que o Porto "pode e deve ser uma referência europeia" no combate às mesmas.

Dizendo concordar com as políticas desenvolvidas pelo município, o deputado Rui Sá, da CDU, apontou, no entanto, algumas discordâncias quanto à "forma e ritmo" da aplicação, defendendo ser importante que o Porto "não se deixe adormecer".

Também a social-democrata Sílvia Soares considerou este "um dos maiores desafios do século XXI", lembrando que o Porto enfrenta desafios acrescidos por ser uma cidade costeira, mas salientou que as políticas desenvolvidas fazem do município "uma referência".

Por sua vez, o deputado único do Chega, Jerónimo Fernandes, criticou a "perspetiva tremedista" partilhada por alguns deputados sobre a matéria e criticou "a manigância e as histórias da carochinha que alimentam grupos económicos".

Já Miguel Barbosa, do movimento independente "Aqui Há Porto", destacou que o investimento feito pelo município e o "pouco feito pelo Estado" nesta área, dando como exemplo a Via de Cintura Interna (VCI), "que o Governo tarda a resolver".

“É passado o tempo da gestação [do Governo PSD/CDS-PP] e é necessário começar a dar à luz estas políticas", considerou.

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