Moreira critica nova ponte do metro sobre o Rio Douro e defende Arrábida como alternativa
João Nogueira
O presidente da Câmara do Porto criticou a construção da nova ponte do metro sobre o Rio Douro, a Ponte Ferreirinha, afirmando que a ponte da Arrábida podia servir de alternativa e que, inevitavelmente, tal opção obrigaria a que mais pessoas optassem pelo transporte público e a um alívio do trânsito na VCI.
As afirmações foram feitas numa conferência voltada para a mobilidade nos grandes centros urbanos, que decorreu esta terça-feira na Biblioteca Municipal Almeida Garrett, no Porto. O autarca falava sobre a pressão do trânsito na VCI que cria “uma trombose em toda a cidade”.
“Não percebo por que motivo se vai fazer uma nova travessia sobre o Douro. (…) Bem sei que não seria a Ponte Ferreirinha, uma ponte tão bonita, uma obra tão grande, do milénio. Nós temos o complexo de Mafra: quando temos muito dinheiro resolvemos fazer assim uma coisa”, declarou Rui Moreira.
O presidente da autarquia portuense defendeu que o transporte público devia ser pensado para nascer nas vias que já existem, para “estrangular o uso dos transportes individuais”.
“A certa altura, a Faculdade de Arquitetura defendia a utilização da Ponte da Arrábida. (…) O corredor do meio podia ser utilizado para transporte público”, continuou o autarca, sugerindo que a passagem do metro por aquela travessia iria causar “um garrafão na entrada da VCI” que obrigava o abandono transporte individual.
“De nada serve aumentar a capacidade da VCI”, sublinhou ainda Rui Moreira, afirmando que a Câmara pouco pode fazer e que aguarda a solução do atual ministro das Infraestruturas: “Estou à espera que o senhor ministro me diga qual é a solução que ele tem para a VCI, que ele diz que tem”.
A Linha Rubi, com 6,4 quilómetros e oito estações, inclui uma nova travessia sobre o rio Douro, a ponte D. Antónia Ferreira, a Ferreirinha, que será exclusivamente reservada ao Metro e à circulação pedonal e de bicicletas.