Linha de Leixões terá apeadeiro com dois abrigos a 350 metros do Hospital São João
Porto Canal/Agências
O apeadeiro do Hospital São João, a construir até dezembro no âmbito da reabertura a passageiros da Linha de Leixões, circular ferroviária do Porto, ficará a 350 metros do hospital e terá dois abrigos, consultou a Lusa.
De acordo com documentos relativos ao projeto de reabertura da Linha de Leixões a que a Lusa teve acesso, o apeadeiro ficará na Rua Bouça da Cavadinha, no lado norte da Circunvalação, já em São Mamede de Infesta (Matosinhos), mas a 350 metros e cinco minutos a pé da entrada do Hospital São João, no Porto, segundo o Google Maps.
O apeadeiro contará com dois abrigos de betão semelhantes aos construídos pela Infraestruturas de Portugal (IP) nas suas últimas obras do programa Ferrovia 2020, contando ainda com "sinalética [...] mobiliário urbano, iluminação, expositores para informação ao público e infraestruturas para instalação de equipamentos de venda e validação", segundo o projeto de execução.
O desenho do projeto inclui ainda uma paragem de autocarro junto ao futuro apeadeiro.
Já o apeadeiro de Arroteia, nas imediações da Efacec, em Leça do Balio (Matosinhos), ficará situado precisamente na Rua da Arroteia, junto ao Parque C da Efacec e à zona industrial adjacente à Rua D. Frei Gonçalo Pais, mas contará com apenas um abrigo.
O contrato para a construção das plataformas de passageiros foi atribuído à Scoplano por 346 mil euros, de acordo com uma publicação no Portal Base na semana passada.
Os acessos aos apeadeiros serão construídos pela Câmara de Matosinhos, no âmbito de um protocolo celebrado entre a CP - Comboios de Portugal, a IP e a autarquia, e homologado pelo anterior secretário de Estado Adjunto e das Infraestruturas, Frederico Francisco.
"Para cumprir com o estipulado no protocolo celebrado entre a IP, Câmara Municipal de Matosinhos e CP, estas duas novas localizações terão de estar dotadas de plataforma de passageiros até meados de dezembro de 2024", pode ler-se nos documentos a que a Lusa teve acesso.
Em 24 de julho, fonte oficial da IP disse à Lusa que as obras para adaptar a Linha de Leixões a passageiros, servindo como circular ferroviária do Porto, iniciar-se-ão até final deste mês.
Além da criação dos novos apeadeiros, está ainda prevista a construção de uma plataforma na linha 1 e alteamento da plataforma da linha 2 na estação de São Gemil e o alteamento das plataformas das linhas 8 e 9 de Contumil.
As paragens previstas para a linha ferroviária circular do Porto, usada atualmente só para mercadorias, são Campanhã, Contumil, São Gemil, Hospital São João, São Mamede de Infesta, Arroteia e Leça do Balio.
A linha servirá o polo universitário da Asprela no apeadeiro do Hospital São João, ou polos industriais como a Arroteia (próximo à Efacec) ou Leça do Balio (próximo à Lionesa e Unicer).
"O serviço de passageiros caracteriza-se pela implementação de dois comboios por hora e sentido", sendo que "atualmente a IP garante que um dos comboios seja o prolongamento de Ovar e o outro tenha origem/términus no Terminal Minho e Douro da estação de Porto-Campanhã", segundo o protocolo, podendo ambos ser oriundos da Linha do Norte no futuro.
Para já, a reabertura da Linha de Leixões far-se-á apenas até Leça do Balio, ficando a faltar o percurso na sua totalidade até Leixões (Senhor de Matosinhos), ligando ao Metro do Porto, STCP, Unir e futuro 'metrobus', algo a ser estudado "numa segunda fase".
Por estação, a procura anual estimada é de 502 mil passageiros por ano para Campanhã, 24,5 mil para Contumil, 123 mil para São Gemil, 444 mil para o Hospital São João, 132 mil para São Mamede de Infesta, 115 mil para a Arroteia e 49 mil em Leça do Balio.
O serviço de passageiros na Linha de Leixões foi interrompido em 2011, após reabertura em 2009 a partir de Ermesinde e sem bilhética Andante. A linha está inserida numa malha urbana de forte crescimento populacional da Área Metropolitana do Porto, abrangendo parte dos concelhos do Porto, Valongo, Maia e Matosinhos.