Depois de um dos dias mais mortíferos desde o início dos protestos, governo asiático corta acesso à Internet
Porto Canal / Agências
O acesso à Internet foi cortado esta segunda-feira, no Bangladesh, informaram os órgãos de vigilância deste país do sul da Ásia que está a ser dominado por protestos antigovernamentais.
A NetBlocks, uma organização de monitorização de rede, relatou um "alto impacto nas redes móveis".
Para esta segunda-feira está prevista uma declaração ao país por parte do chefe do exército do Bangladesh, o general Waker-uz-Zaman.
No domingo, um dos dias mais mortíferos desde o início dos protestos antigovernamentais no país, os confrontos entre os opositores da primeira-ministra do Bangladesh, Sheikh Hasina, a polícia e os apoiantes do partido no poder fizeram pelo menos 77 mortos.
Entre os mortos contam-se pelo menos 14 polícias, segundo o porta-voz da polícia Kamrul Ahsan, citado pela agência France Presse (AFP).
Perante os confrontos em várias cidades, nomeadamente em Daca, a capital com 20 milhões de habitantes, um antigo chefe do exército apelou à retirada das tropas das ruas.
Milhares de cidadãos reuniram-se numa praça em Daca para exigir a demissão de Sheikh Hasina, após mais de um mês de protestos inicialmente dirigidos contra as quotas de emprego na função pública.
Alguns agitaram uma bandeira do Bangladesh num veículo blindado enquanto os soldados observavam, de acordo com vídeos publicados nas redes sociais e verificados pela AFP.
Os manifestantes respondiam a um apelo à desobediência civil de uma coligação de estudantes - Estudantes Contra a Discriminação -, feita no dia anterior.