Casa da Música dá a mão à nova estação de metro com acesso direto ao El Corte Inglés

Casa da Música dá a mão à nova estação de metro com acesso direto ao El Corte Inglés
Ana Francisca Gomes, Porto Canal
| Porto
João Nogueira

A nova estação de metro da Casa da Música que está a ser construída vai dar as mãos à que já existe. Mas engana-se quem pensa que a empreitada é uma mera extensão da atual. Ali vai nascer um “cavernão” incomum a toda a rede da Metro do Porto para a circulação das duas novas linhas Rosa e Rubi. O El Corte Inglés pode avançar a partir dos primeiros meses do ano, altura em que a estação deverá ser coberta.

O dia começa cedo e a maquinaria quase não arrefece nos trabalhos da nova estação da Casa da Música, que decorrem a todo o vapor. No local, as equipas trabalham praticamente seguidas, “24 por 7” no “porta-aviões”, nome dado à futura estação. E isso percebe-se pelo cenário da intervenção no local.

 
 
 
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Neste momento está praticamente escavada toda a área onde futuramente vão circular as carruagens: “Temos à volta de 80% a 90% do volume total da estação escavada, que anda a rondar os 190 mil metros cúbicos”, explicou ao Porto Canal o engenheiro responsável pela execução da Linha Rosa, Pedro Lé Costa.

Mas o foco agora centra-se na betonagem do “cavernão”. Normalmente, a Metro do Porto tem túneis de via dupla nas estações. Mas neste caso vai ser aberta uma “mega caverna” de 60 metros de comprimento e 23 metros de largura, para que as composições da Linha Rosa e da Linha Rubi coexistam na nova estação.

A estação vai ter quatro vias, duas para cada traçado e vai iniciar-se no final da Avenida da França até ao monumento aos Heróis da Grande Guerra, na Rotunda da Boavista. Percorridos estes 60 metros, os veículos separam-se e seguem o sentido ou para a Galiza (no caso da Linha Rosa) ou para o Campo Alegre (no caso da Linha Rubi).

A conclusão da Linha Rosa está apontada para julho de 2025, depois de a obra ter sido recalendarizada pelo empreiteiro que apresentou um novo plano. O traçado leva um atraso de cerca de seis meses e o principal motivo está associado com a escavação de obras subterrâneas e a surpresa da geologia. “Quando se começa a escavar realmente é quando começamos a dar conta dessas situações”, declarou Pedro Lé Costa.

 

El Corte Inglés pode arrancar em 2025

Mas na Casa da Música o alívio deverá ser sentido bem antes. O engenheiro da empreitada aponta para o primeiro trimestre de 2025 para a colocação da cobertura da laje da estação. Feito isto, poderão ser feitas alterações ao trânsito e até mesmo avançar com os planos do El Corte Inglés para aquela área.

Ao Porto Canal a Infraestruturas de Portugal esclarece que o processo de instalação do El Corte Inglês nos terrenos da antiga estação ferroviária da Boavista, “aguarda o deferimento pela Câmara Municipal do Porto, da licença de reparcelamento e da emissão do respetivo alvará, encontrando-se os terrenos na titularidade da Infraestruturas de Portugal”.

Por sua vez, a Câmara do Porto confirma que o processo “está em tramitação, nos serviços técnicos de gestão urbanística, um processo de Licenciamento de uma Operação de Loteamento e Obras de urbanização”. Porém, no terreno, o engenheiro Pedro Lé Costa disse que a Metro do Porto fez “um ajuste ao projeto que vai permitir fazer uma ligação do futuro El Corte Inglés à estação”.

Recorde-se que a instalação do centro comercial nos terrenos da antiga estação ferroviária da Boavista esteve apontada para quando a Linha Rosa fosse concluída.

 

Passageiros vão conviver com as obras

A certa altura da obra, Pedro Lé Costa explica que terão de ser feitas as ligações à estação existente. Apesar de não haver um impacto total, o engenheiro explicou que “vai haver situações em que os passageiros vão conviver com trabalhos em simultâneo, em que vai ser necessário fechar, por exemplo, uma escada mecânica que permita fazer essas ligações”.

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