Morreu o primeiro doente transplantado com rim de porco geneticamente modificado
Porto Canal/ Agências
O primeiro doente transplantado com um rim de porco geneticamente modificado morreu quase dois meses depois de ter sido submetido ao procedimento, anunciou no sábado a família e o hospital que realizou a cirurgia.
Richard Slayman, 62 anos, fez o transplante em março, no Hospital Geral de Massachusetts, nos Estados Unidos, tendo os cirurgiões manifestado a convicção de que o rim de porco duraria pelo menos dois anos.
A equipa de transplantes do Hospital Geral de Massachusetts indica, em comunicado, estar profundamente triste com a morte de Slayman e apresentou condolências à sua família, dizendo não ter qualquer indicação de que Slayman tivesse morrido em resultado do transplante.
Mass General is deeply saddened at the sudden passing of Mr. Rick Slayman. We have no indication that it was the result of his recent transplant. Mr. Slayman will forever be seen as a beacon of hope to countless transplant patients worldwide and we are deeply grateful for his… pic.twitter.com/I1dFqHZEmr
— MassGeneral News (@MassGeneralNews) May 11, 2024
Slayman foi a primeira pessoa viva a ser submetida a esta cirurgia. Anteriormente, tinham sido transplantados, temporariamente, rins de porco em dadores em morte cerebral. Tinha feito um transplante de rim no hospital em 2018, mas teve de voltar à diálise no ano passado, quando o rim mostrou sinais de falha.
Quando surgiram complicações na diálise que exigiam procedimentos frequentes, os médicos sugeriram um transplante de rim de porco.
Em comunicado, a família de Slayman agradeceu aos médicos "os seus enormes esforços" para fazer o xenotransplante que possibilitou terem "mais sete semanas" com ele e que "as recordações criadas durante esse tempo permanecerão".
A família diz ainda que Slayman foi submetido à cirurgia em parte para dar esperança aos milhares de pessoas que precisam de um transplante para sobreviver.
A xenotransplantação consiste em tratar doentes humanos com células, tecidos ou órgãos de animais. Estes esforços falharam durante muito tempo porque o sistema imunitário humano destruía imediatamente o tecido animal estranho, refere a AP, adiantando que houve tentativas recentes que envolveram porcos que foram modificados para que os seus órgãos sejam mais parecidos com os humanos.