O resgate de Caramelo. O final de uma história que passou as fronteiras do Brasil e conquistou o mundo
Porto Canal
Com o número de mortos nas inundações no sul do Brasil a ultrapassar os 100 mortos, a história do resgate da égua de nome Caramelo lança uma luz de esperança entre a desgraça que afetou milhares de brasileiros.
Uma égua foi resgatada durante a manhã desta quinta-feira em Canoas, Porto Alegre. O animal foi socorrido depois de ter estado durante mais de um dia no telhado de uma habitação de uma das zonas mais afetadas pelas chuvas de Rio Grande do Sul, no Brasil.
Milhões de pessoas acompanharam durante horas as operações, com o momento do salvamento a ser transmitido em direto pela TV Globo.
A aproximação ao animal foi feita através de embarcações dos bombeiros, com um grupo de socorristas a subir ao telhado, amarrar o animal e colocá-lo num dos botes. Um final feliz para uma história que foi acompanhada de perto por anónimos, celebridades e, inclusive, a primeira-dama brasileira.
Globocop flagra cavalo “ilhado” em Canoas (RS). O animal, que está em cima de um telhado, não tem para onde sair nem como se mexer.
— GloboNews (@GloboNews) May 8, 2024
➡ Assista ao #ConexãoGloboNews, com sinal aberto no @globoplay: https://t.co/bFwcwLpLU9 #GloboNews pic.twitter.com/fV4naZv4RQ
O número de mortos por causa das inundações no sul do Brasil, confirmados pelas autoridades, subiu para 108 e há 136 desaparecidos, segundo informações divulgadas esta quinta-feira.
A Defesa Civil do estado do Rio Grande do Sul, o mais afetado pelas tempestades, informou que 107 pessoas morreram em ocorrências relacionadas com as fortes chuvas e que ainda investiga uma outra morte. Já as autoridades do estado de Santa Catarina confirmaram um óbito.
Segundo as autoridades do Rio Grande do Sul, há 136 pessoas desaparecidas e 374 pessoas feridas devido às inundações que afetam diretamente cerca de 1,5 milhões de pessoas e mais de 80% do território do estado.
Mais de 67 mil pessoas estão em abrigos criados para acolher a população retirada das áreas inundadas e de risco e há ainda 164.583 pessoas desalojadas.
Em 425 dos 497 municípios do Rio Grande do Sul há registo de problemas relacionados com o maior desastre climático ocorrido neste estado brasileiro.
Centenas de policiais, bombeiros, soldados e voluntários continuam a trabalhar arduamente para resgatar as pessoas que ainda estão isoladas devido ao alto nível das águas e que começam a sofrer com a falta de alimentos.
Mais chuva nas últimas horas obrigou à suspensão dos trabalhos de resgate em Porto Alegre, capital regional do Rio Grande do Sul, onde ainda existem bairros completamente alagados e o principal aeroporto estará fechado pelo menos até ao final deste mês.
O forte temporal começou na segunda-feira da semana passada e continuou nos dias seguintes, causando grandes danos em estradas, pontes, residências e deixando grande parte da população gaúcha sem luz nem água potável.
Com 11 milhões de habitantes, o Rio Grande do Sul tem sido bastante afetado pelas mudanças climáticas. Depois de sofrer problemas com uma forte seca devido ao fenómeno La Niña, no ano passado a região passou a ser afetada pelo El Niño e registou, em menos de 12 meses, quatro desastres climáticos causados por ciclones extra tropicais e tempestades.
Em 2023, ocorreram três eventos, em junho, setembro e novembro, causando 75 mortos neste estado brasileiro.