"Era bom se em vez de darem likes, as pessoas fossem fazer compras à mercearia do Bolhão”
João Nogueira
Mantém-se a onda de críticas e discussão sobre o encerramento da Mercearia do Bolhão, uma notícia avançada em primeira mão pelo Porto Canal, e o tema também foi debatido pelo executivo municipal do Porto em reunião municipal, esta segunda-feira. O vereador da Economia da autarquia, Ricardo Valente, teceu duras críticas ao proprietário do estabelecimento.
“Todos temos noção de que se criou um tema que é extremamente injusto”, começou por dizer Ricardo Valente. “Acho que ele (o proprietário) se portou muito mal da forma como tudo isto foi feito”.
O vereador com o pelouro da Economia falava à margem da reunião de executivo desta segunda-feira, sobre o encerramento da centenário Mercearia do Bolhão, noticiada em exclusivo pelo Porto Canal.
Ricardo Valente classificou a atitude do proprietário da mercearia como um “grande descaramento”, uma vez que o mesmo nunca procurou ser protegido pelo Porto de Tradição, programa do município que já protege 108 estabelecimentos históricos da cidade.
Sobre as críticas que enchem as redes sociais nos últimos dias e que responsabilizam o município por não proteger os negócios antigos, Ricardo Valente disparou: “Era bom se estas pessoas, em vez de darem likes, fossem fazer compras às vezes à mercearia do Bolhão”.
A mercearia vai fechar portas a 30 de abril, onde no lugar vai abrir uma loja da cadeia espanhola Ale-Hop.
“O que nós podíamos fazer era nada”, sublinhou Ricardo Valente, afirmando que o município não tem meios jurídicos para intervir. “Nós temos reclamado este direito há anos e anos, do ponto de vista daquilo que é o comércio de rua”.
“O município deveria ter a capacidade de poder, em sede de PDM, que é assim que se regula território e ocupação de território, nós podermos ter meios de utilização de uso específico, coisa que não nos é dada do ponto de vista normativo legal”, declarou o autarca.
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