Posições "demasiado distantes" para se esperar avanço nas negociações entre Hamas e Israel
Porto Canal/Agências
Um responsável do Hamas afirmou, este domingo, que as posições do seu movimento e de Israel quanto ao conflito na Faixa de Gaza continuam "demasiado distantes" para se poder esperar um avanço nas negociações com vista a uma trégua.
"Duvido que haja progressos nestas negociações, porque as posições estão demasiado afastadas", disse este responsável à agência France Presse, sob condição de anonimato.
Para esta fonte, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, "não é sério (...) e a administração americana não está a exercer qualquer pressão real" sobre Israel, acrescentou.
Entretanto, outra informação da AFP dá conta de que o Hamas ainda não tomou uma decisão sobre o envio de uma delegação para as negociações com Israel em Doha ou no Cairo, com vista a alcançar uma trégua na guerra em Gaza.
"Ainda não há nenhuma indicação ou decisão dentro do Hamas sobre o envio de uma delegação do Hamas para uma nova ronda de negociações no Cairo ou em Doha", disse este responsável à France Presse.
No sábado foi avançada a notícia de que as negociações para um cessar-fogo na Faixa de Gaza prosseguiriam este domingo, no Cairo, com a participação de uma delegação israelita, que integra representantes dos serviços de segurança - Mossad e Shin Bet - e do exército.
De acordo com fontes de segurança egípcias, citadas pela agência EFE, "a delegação israelita chega amanhã [domingo] ao Cairo para concluir as negociações sobre os reféns" detidos pelo grupo islamita Hamas na Faixa de Gaza.
Na sexta-feira, o gabinete do primeiro-ministro de Israel confirmou que uma delegação israelita iria viajar em breve para Doha e o Cairo, tendo em vista a continuação das negociações, embora não tenha revelado datas.
As negociações, mediadas pelo Qatar, o Egito e os Estados Unidos da América, foram retomadas há uma semana, após um longo impasse, embora o Hamas tenha voltado a impor, como condições, um cessar-fogo "integral" na Faixa de Gaza, o regresso dos deslocados e a retirada das tropas israelitas, algo que Israel voltou a qualificar, na terça-feira, como exigências "delirantes".
França, Egito e Jordânia acordaram trabalhar em conjunto para alcançar um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, de acordo com o ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Stéphane Séjouré, numa conferência de imprensa no Cairo, no sábado, com os seus homólogos egípcio e jordano.
Na mesma ocasião, o governante destacou os "esforços conjuntos europeus-árabes para sair da crise" no enclave palestiniano, e sublinhou a rejeição "contra qualquer ação militar na cidade palestiniana de Rafah".