Dezanove das 40 famílias das ilhas da Lomba, no Porto, já foram realojadas pelo município, que espera albergar as restantes até ao dia 15 de março, mês em que também está previsto o início das demolições das habitações.

Em resposta à agência Lusa, a Câmara do Porto esclareceu esta quinta-feira que 18 famílias foram realojadas, no início de dezembro, em casas da empresa municipal Domus Social.

O processo de realojamento foi interrompido devido à quadra natalícia, tendo sido retomado em janeiro, com uma família a ser realojada também numa casa da Domus Social.

Segundo a autarquia, estão em curso os restantes realojamentos, sendo que quatro famílias ficarão em casas da Porto Vivo, 10 em casas da Domus Social e sete em habitações “angariadas no mercado privado”.

O município prevê que o realojamento temporário esteja concluído até dia 15 de março.

A empresa municipal Porto Vivo “tem celebrado acordos de alojamento temporário com os moradores, de forma a assegurar direitos e deveres, e tem igualmente apoiado os residentes em todo o processo de mudança, estando este a decorrer com normalidade”.

“As despesas com alojamento temporário dos moradores são elegíveis no âmbito do financiamento obtido do programa 1.º Direito e Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)”, acrescenta.

No início de outubro, o vereador com o pelouro do Urbanismo, Pedro Baganha, avançava que as famílias das seis ilhas da Lomba seriam realojadas até janeiro na sequência da empreitada de reabilitação daquele espaços.

A operação de realojamento representa um investimento de cerca de 300 mil euros, adiantou à época o vereador.

À Lusa, a Câmara do Porto adiantou que o projeto de execução já foi revisto, estando previsto o início da empreitada de demolição das casas em “meados de março”.

O município prevê a conclusão da empreitada para fevereiro de 2026 e estima que em junho os moradores possam regressar às suas habitações, pelas quais vão pagar a mesma renda e manter os direitos que têm atualmente.

As seis ilhas da Lomba que vão ser alvo de reabilitação no âmbito de um acordo, assinado em 18 de novembro, entre a Porto Vivo, SRU e o Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU).

O acordo pressupõe a reabilitação de 47 habitações nas ilhas da Lomba, fruto de um investimento de cerca de 7,7 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

O projeto de reabilitação, levado a cabo pelos arquitetos Maria Souto Moura, Francisco Pina Cabral, Francisco Amoedo Pinto e Luís Vitorino Caleiro, prevê que o novo complexo disponha de 34 habitações de tipologia T1, 10 de tipologia T2 e três de tipologia T3.

Das 957 ilhas que existem no Porto, e nas quais residem cerca de 10 mil pessoas, apenas três são propriedade municipal, nomeadamente a ilha da Bela Vista, a ilha do Bonjardim e a ilha de Cortes.

As ilhas no Porto são constituídas por edifícios unifamiliares no centro da cidade, normalmente com um piso e separadas ou ladeadas por um corredor de acesso à via pública.