Palácio de São João Novo vai ser a morada definitiva do Museu do Porto. Passagem na Alfândega é temporária
Ana Francisca Gomes
O núcleo central do Museu do Porto vai ser instalado no 1.o piso da ala nascente da Alfândega, mas esta não será a sua morada definitiva. A instalação é provisória, enquanto a autarquia reabilita o Palácio de São João Novo, em Miragaia.
A Câmara do Porto vai pagar uma renda mensal de 12 mil euros pelo espaço de dois mil metros quadrados na Alfândega, enquanto o Palácio de São João Novo é recuperado.
A proposta votada na reunião de executivo desta segunda-feira não fazia qualquer referência ao Palácio de São João Novo, mas Rui Moreira deu essa explicação aos vereadores.
Ilda Figueiredo, eleita pela CDU, votou favoravelmente a proposta “após as explicações dadas” pelo autarca. “Esta é uma medida provisória até estar pronta a reabilitação do Palácio de São João Novo, que foi cedido ao município do Porto - finalmente - pelo Ministério da Cultura que o tinha abandonado há vários anos (...) Foi garantido pelo presidente da câmara que aí será a sede do núcleo do Museu do Porto logo que esteja pronto. E nessas condições ”.
Segundo fonte da autarquia, o processo de reabilitação e recuperação será de sete anos. "Este ano de 2024, avançamos com o estudo de patalogias do edificado e o levantamento integral. Para o ano, inicia-se o projeto de arquitetura, 'fit out' e museografia. Seguem-se depois especialidades e concurso de execução".
Entretanto, na prosposta de instalação na Alfândega, Rui Moreira informa que a despesa está contemplada no orçamento da Direção Municipal de Cultura e Património para este ano.
O autarca contextualiza que o município vai desenvolver até ao final do ano "o primeiro programa e configuração" do respetivo museu na Alfândega do Porto e que o edifício “reúne as condições espaciais e técnicas, geográficas e patrimoniais, históricas e simbólicas que se pretendem para um núcleo central do Museu do Porto".
"O Museu do Porto será o núcleo central da rede polinucleada que toma o seu nome, servindo de ponto de partida e chegada da sua experiência de conhecimento e visitação, assim como da demais oferta cultural, patrimonial e museológica da cidade", acrescenta.
O BE, que se absteve, justificou que continua a não ser “muito claro” os “contornos deste aluguer que é feito”. “Estamos a falar de um edifício público que está à guarda de uma associação da qual o município do Porto pertence e queríamos mais esclarecimentos sobre essa matéria que não obtivemos”, explicou a vereadora Maria Manuel Rola.