Novos autocarros elétricos dão o mote para revolução nos transportes públicos no Porto

Novos autocarros elétricos dão o mote para revolução nos transportes públicos no Porto
| Porto
João Nogueira

A família dos autocarros elétricos da STCP ficou maior a partir desta quinta-feira, com a apresentação de mais 48 viaturas desta tipologia. Assim, a empresa dá mais um passo para a mobilidade sustentável e a frota atual alarga-se para o número exato de 444 autocarros. Por ano, prevê-se que a empresa poupe mais de um milhão de euros em combustível.

A cerimónia para assinalar a entrada em operação dos 48 novos autocarros 100% elétricos decorreu na Estação de Recolha da Via Norte e contou com a presença de membros da STCP e de autarcas dos municípios servidos pela rede de transportes.

 
 
 
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Os novos veículos vão estar sedeados na estação da Via Norte e “operar os grupos de linhas que partem dali”, como as carreiras 700, 800 e 900, com destino a Valongo, Gondomar e Gaia, respetivamente.

Aquela estação, aliás, consta também do mesmo concurso para um sistema de carregamento elétrico com 24 carregadores duplos. “Cada autocarro tem o seu posto de carregamento próprio, feito normalmente no período noturno”, declarou a presidente do Conselho de Administração da STCP, Cristina Pimentel.

“Os autocarros têm autonomia para circular durante todo o dia, recolhem à noite no serviço. Não fazem a rede da madrugada. Recolhem no serviço noturno e carregam”, acrescentou a responsável sobre as novas viaturas, orçadas em mais de 19 milhões de euros.

Já circulavam pela cidade 20 autocarros elétricos, mas a partir desta quinta-feira passam a ser 68 viaturas. Em comparação com os anteriores destaca-se um aumento de autonomia que agora se aproxima dos 370 quilómetros.

À melhoria de eficiência juntam-se os retrovisores interiores por vídeo, “outras características de conforto” que faltavam nos autocarros anteriores, e até mesmo melhorias no sistema de pagamento, com a introdução de um terminal de pagamento automático.

Estes novos veículos elétricos significam uma redução de quatro mil toneladas de emissões de dióxido de carbono por ano.

Quanto à necessidade de contratação de mais motoristas, Cristina Pimentel dá nota que isso é algo constante na empresa e que nos quadros constam atualmente 960 motoristas.

Descarbonizar 40% da frota até 2030

O objetivo é descarbonizar 40% da frota da STCP até 2030 e a entrada dos 48 novos autocarros “é a inauguração do novo ciclo da vida” da empresa, sublinhou Rui Moreira. Num discurso voltado para as vantagens de uma mobilidade “mais inclusiva, intermodal e sustentável”, o presidente da Câmara do Porto sublinhou a importância da intermunicipalização da STCP desde 2021.

“A intermunicipalização está de facto a ser bem-sucedida”, disse o edil, acrescentando que até 2025, pretende-se a “entrada de mais 136 autocarros elétricos por pouco mais de 29 milhões de euros”.

Apesar de referir que os 150 anos da STCP não pesam no futuro da empresa, Rui Moreira realça, no entanto, que ainda “muitos clientes não regressaram após a crise sanitária” causada pela COVID-19.

“A empresa transportou 73 milhões de passageiros em 2023, um número 7,5% superior ao ano de 2022. Mas que ainda é inferior ao ano anterior ao da pandemia”, lembrou o autarca, enquanto falava na importância de apostar nos transportes públicos.

O presidente da Área Metropolitana do Porto e da Câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, expôs a importância da descentralização de competências e cooperação entre os municípios nos processos de mobilidade urbana.

“É uma etapa estruturante de um trabalho que tem de ser feito por todas as cidades. Quando os municípios querem e têm uma liderança forte, conseguem andar para a frente. (…) Evoluímos todos”, declarou.

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