“O tiro eu acho que era para mim”. A história de Duarte, líder de comunidade em São Pedro da Cova

“O tiro eu acho que era para mim”. A história de Duarte, líder de comunidade em São Pedro da Cova
Fotografia: Ana Torres
| Norte
Pedro Benjamim

Fernando Fernandes Duarte é o principal rosto do associativismo em São Pedro da Cova, Gondomar. Presidente da Associação ‘Vai Avante’ desde os anos 90, uma IPSS com vasta intervenção numa comunidade local pós-industrial, num contexto operário e católico, antigo militante do PCP, antigo sindicalista e recém-filiado militante do PS, Duarte é um líder de comunidade.

Quem o conhece diz que “é muito raro que uma pessoa na posição do Duarte se mantenha durante décadas com a mesma integridade e com a mesma capacidade de colocar o interesse da comunidade à frente do seu, e isso é uma característica notável”. A análise é de Manuel Pizarro, amigo de longa data de Duarte, seu camarada dos tempos do PCP e atual ministro da Saúde. O médico atira sobre o dirigente associativo: “Eu não tenho dúvidas que Portugal era um país ainda melhor se houvesse uns milhares de Fernandos Fernandes Duarte”.

 
 
 
Ver esta publicação no Instagram
 
 
 

Uma publicação partilhada por Porto Canal (@porto.canal)

 

A migração

“Prepara-me aí a mala que amanhã vou pirar-me para o Porto”, foram as palavras de Fernando Duarte para Fernanda, uma empregada da pensão onde trabalhava, que deram o mote para a mudança de vida e o fizeram rumar a Sul, sem nunca sair do Norte.

O momento aconteceu na pensão Mané, que “ainda existe”, em Monção. Quem já não existe é Fernanda, que “já faleceu”, lembra.

Nasceu em Pias, freguesia daquele concelho do distrito de Viana do Castelo, Fernando Duarte vinha ao mundo a 31 de janeiro, mas só foi registado no dia 2 de fevereiro. “Foram registar-me no dia 2 de fevereiro porque não havia camioneta para Monção. As pessoas só iam quando tinham transporte, que só havia duas vezes por semana”, conta ao Porto Canal.

Natural de uma vila fronteiriça, com o Rio Minho a definir a raia com Espanha, a ligação da região do Minho à Galiza sempre galgou as margens e na história deste monçanense não foi diferente. “A minha mãe dizia-me que fui feito na Galiza”, revela Fernando Duarte, acrescentando: “e que nasci às duas horas da manhã”.

A infância de Fernando Duarte foi fugaz. “Comecei a trabalhar, porque nós éramos uma família que vivia da agricultura, muito cedo, com 7 anos de idade. Assim exigia, tínhamos de ajudar quando vínhamos da escola, tínhamos de ir com as ovelhas, com as cabras, tínhamos de cortar a erva, tínhamos de semear, tínhamos de levar os bois e as vacas a pastar, tínhamos de ir buscar a água para casa, para os animais e para nós porque não havia água pública, tínhamos de ir a um fontanário”, lembra. Além do trabalho no campo, havia ainda uma outra forma de rendimento: “o contrabando”, atividade comum nas proximidades da fronteira, numa época em que o acesso aos produtos e a livre circulação de bens e pessoas era limitada pelo regime.

Anos mais tarde, apenas com 13 de idade, foi trabalhar a tempo inteiro para a pensão Mané. A mãe trabalhava numa outra pensão e arranjou-lhe aquele trabalho como paquete. As principais tarefas do pequeno Duarte passavam por “lavar a loiça e ir buscar as malas ao comboio numa carrela [padiola]”. Nos dois anos anteriores já labutava naquela pensão durante as férias escolares, até terminar a 4ª classe.

Porto Canal

O galo de Barcelos que levou Duarte de Monção para o Porto

Fernando Duarte não trabalhou longos anos na Pensão Mané. De lá saiu rumo ao Porto após um incidente com um cliente. “Um senhor que era cliente lá da casa comprou um galo de Barcelos”, sendo função do paquete “levar a mala para cima para o quarto dele”, conta ao Porto Canal.

“Aquilo tinha umas escadas e a patroa dizia: ‘vocês não vão pela carpete, é sempre por fora.’ Com os sapatos de sola escorreguei com a mala, bati com a mala no degrau e deixei cair o galo de Barcelos e parti o galo de Barcelos”, lembra Fernando Duarte.

Depois desse incidente Fernando Duarte decidiu deixar Monção e rumar ao Porto. “Vim para o Porto com uma mala de cartão”, é uma das frases que tem gravada num placard que lhe foi oferecido pelo ATL da associação que preside atualmente.

Já tinha o contacto de Gonçalves Gomes – conhecido como “Samarra” e que mais tarde viria a ser comendador. “Deu-me um cartão com a direção dele. De manhã meti-me num autocarro e vim para o Porto, vim ter com ele e ele arranjou-me emprego”, conta-nos. Começou por trabalhar em farmácia, “eu ainda sou do tempo em que se faziam os manipulados, os medicamentos. Eu aprendi a farmácia nessa altura, em Cedofeita, na farmácia Gomes Carneiro”.

Dos tempos em que se mudou para o Porto, o monçanense naturalizado gondomarense recorda uma figura que viria a marcar a política nacional. Quando começou na farmácia, diz Fernando Duarte, “o meu patrão era tio e padrinho do falecido Sá Carneiro”. “Conheci-o pessoalmente porque ele ia para lá discutir política”, recorda.

Porto Canal


“Eu fui militante comunista, sou dos dissidentes do Partido Comunista desde a perestroika”

Atualmente, Duarte afirma-se, em termos políticos, “da esquerda, não tenhamos dúvidas.” Fora já a mãe, Áuria, uma figura da democracia e defensora dos direitos das mulheres. “A minha falecida mãe lutou sempre pelos direitos das mulheres. Era feminista e muito ligada aos movimentos da Maria de Lamas. Esteve presa, morreu muito nova com 42 anos, mas nunca foi comunista. Esteve sempre ligada aos movimentos das mulheres, uma democrata”, aponta.

Uma outra figura que evoca é Francisco Sá Carneiro. Apesar do contacto com um dos fundadores do Partido Popular Democrático/Partido Social Democrata (PPD/PSD), Fernando Duarte pertencera sempre a um outro quadrante político. “Não tenho vergonha de dizer. Eu fui militante comunista, sou dos dissidentes do Partido Comunista desde a perestroika”.

Esteve na República Democrática Alemã (RDA), num dos cursos do Partido Comunista, “na escola Karl Marx”, revela Fernando Duarte. Recorda que havia “televisão muito controlada”, no entanto foi a falta de acesso a produtos externos que o deixou mais perturbado. “O que mais me chocou, foi que eu na altura já levei uma calças de ganga, na Quinta Avenida, na Rua Escura. Eu levei dois pares e quando fomos preparados para ir para lá proibiram-nos de levar a ganga, mas eu levei. E a coisa que eles mais me pediam eram as calças de ganga. Eles não tinham, era proibida a ganga. A coca-cola era proibida”, lembra daquele curso de seis meses no estrangeiro.

Apesar de não ter estado ligado a nenhum partido durante muitos anos após a desfiliação do PCP, tornou-se recentemente militante do Partido Socialista. “Filiei-me agora há dias no PS”, conta Fernando Duarte ao Porto Canal, em outubro de 2023. “Eu hoje sou militante do Partido Socialista. E vim para o Partido Socialista por uma questão: para o PS ser um partido de esquerda”, explica.
“O Duarte é um homem de esquerda” identifica-se com “os valores da solidariedade, da igualdade, isso é muito evidente no Duarte”, frisa a eurodeputada Isabel Santos ao Porto Canal, falando de um homem que conhece de longa data. “É uma das minhas mais antigas amizades”, revela.

A ligação de Duarte ao PS ganhou contornos mais concretos enquanto independente no apoio à candidatura de António Costa a secretário-geral do partido, em 2014. O adversário era António José Seguro. “O Duarte esteve connosco nessa campanha e foi fundamental nessa estrutura de independentes que foi criada”, afirma a socialista de Gondomar, que o conhece desde os anos 90.

Desde outubro, quando conversamos pela primeira vez com Fernando Duarte, até ao momento, muito mudou no Partido Socialista. O Primeiro-Ministro António Costa apresentou a demissão a 7 de novembro na sequência de uma investigação judicial que visa o seu governo e que levou o Ministério Público a anunciar a instauração de um inquérito autónomo contra si no Supremo Tribunal de Justiça.

Costa saiu da liderança do Governo e também da liderança do partido, onde o seu lugar foi ocupado por Pedro Nuno Santos, após a vitória nas internas frente a José Luís Carneiro. Quanto às legislativas, as decisões serão tomadas a 10 de março. Se, numa primeira instância, o partido parece ter virado à esquerda, as decisões nacionais ficam ainda por conhecer.

Dos tempos do PCP, Duarte recorda um amigo que rumou ao PS e que hoje detém a pasta da Saúde. “Sou amigo do Pizarro há 40 e tal anos, nunca aquele homem me disse: ‘Tens aqui a ficha.’ E ele fez parte do Partido Comunista comigo e eu com ele… que até saí em solidariedade com ele”, afirma.

Dentro do partido, foi através da União da Juventude Comunista (que está na origem da Juventude Comunista Portuguesa, após junção com a União dos Estudantes Comunistas), que surge a união entre Duarte e Pizarro.

Porto Canal

Duarte foi militante do PCP, mas não só. Pertenceu ao “Comité Local do Porto com a Helena Medina”, mãe de Fernando Medina. Foi funcionário do PCP onde “trabalhava em várias tarefas no partido”, com foco nas concelhias, revela o líder de comunidade.

“Quando eu conheci o Duarte ainda éramos os dois militantes do Partido Comunista Português, mas já os dois questionávamos se aquele caminho era o caminho que conduzia à nossa ideia de como é que a nossa sociedade portuguesa devia evoluir”, conta Manuel Pizarro – o amigo de Duarte – ao Porto Canal.

Fernando Duarte explica a cisão com o partido. “Fui a favor do voto secreto. Saí naquele grupo do falecido Pina Moura, saí com o Dr. Manuel Pizarro, meu colega e meu amigo, com o [José Luís] Judas. Saí do PCP porque divergi do PCP. Estive na Alemanha democrática, não concordei com o sistema. Acho que era um sistema que não se enquadrava. Eu dizia: ‘Se aquilo é socialismo, prefiro viver em Portugal…”

“Conheço o Fernando Duarte desde 1986”, identifica com uma precisão clínica Manuel Pizarro. A ligação, que apelida “indestrutível”, com quase 40 anos, surge devido ao associativismo, na tentativa de criar uma federação de associações de jovens do distrito do Porto, mas perdurou até aos dias de hoje.

Foi também o associativismo que aproximou outras figuras bem conhecidas de Duarte e Pizarro, como Fernando Paulo, vereador da Câmara do Porto com o pelouro da educação, e Luís Alves, diretor da agência Erasmus+.

Fernando Duarte acredita que “o PCP é necessário à democracia”, mas abandonou o partido porque defende que o PCP “devia ter mudado”. “Acho que devia ter dado liberdade aos seus militantes para ter opinião própria”, aponta dizendo que “devia ser um partido aberto à sociedade e não é”.

Para o minhoto de nascença, a política é “um instrumento final para fazer o que ele deseja verdadeiramente fazer, que é contribuir para melhorar a vida da sua comunidade”. A análise é do amigo Pizarro, que com ele viveu o Porto, Gondomar, o associativismo e a política nas últimas décadas.

Fernando Duarte era militante do Partido Comunista Português na altura do Processo Revolucionário em Curso (PREC), o antigo militante não esquece o momento em que foi retirado num veículo militar após um ataque à sede do Partido em Famalicão. “Quando era militante do PCP, fui retirado pelo COPCON [Comando Operacional do Continente] numa chaimite da sede do Partido em Famalicão, quando os reacionários a queimaram e nós estávamos lá dentro a defendê-la”, lembra o momento vivido no verão quente de 75.

Depois da passagem enquanto funcionário do Partido Comunista Português, Fernando Duarte foi também funcionário sindical, integrando o Sindicato dos Químicos e chegou a ser funcionário CGTP. “Foi uma escola de vida”, recorda Fernando Duarte os tempos em que integrou a intersindical.

Tal como no PCP, também a presença no sindicato teve um fim. “O que me levou a vir embora do sindicato foi o encerramento da CIFA em Valongo, em Sobrado, que empregava mil e tal trabalhadores. A empresa ainda hoje podia estar viva. A causa do encerramento foram os sindicatos, porque a empresa tinha um projeto para continuar, mas tinha de despedir alguns funcionários”, conta Fernando Duarte ao Porto Canal, culpando o trabalho do sindicato no processo: “os dirigentes não tinham formação para fazer uma análise a uma empresa”.

A Fábrica de Fibras Artificiais CIFA fechou portas em 1983, depois de manifestações que levaram à morte de uma pessoa. “Nós cortámos a estrada em Campo, Valongo, em protesto contra o encerramento da CIFA, e a GNR atuou, disparou um tiro e matou uma pessoa que ia no autocarro e que nem era trabalhador da CIFA”.

Fernando Duarte acredita que seria ele o destino daquela bala. “O tiro eu acho que era para mim, para a carrinha que estava a cortar o trânsito. Eu estava a conduzir a carrinha”, relembra o então sindicalista.

Porto Canal

Duarte “transformou o ‘Vai Avante’ numa organização social poderosíssima”

Atualmente é presidente da Associação Social e Recreativa Cultural e Bem Fazer ‘Vai Avante’, cargo que ocupa há mais de 30 anos. “Comecei a ser presidente em 1994… até hoje. Mas, hoje, gostava que aparecessem duas listas”, conta Fernando Duarte, que defende que está a chegar o momento de deixar a liderança da associação.

30 anos depois, Fernando Duarte “transformou o ‘Vai Avante numa organização social poderosíssima”. Quem o afirma é Manuel Pizarro.

A associação, apesar de ter sido fundada em 1945, viria apenas a ser reconhecida oficialmente em 1962. E o nome, paradoxalmente, nada tem a ver com o PCP ou com o passado comunista do seu líder atual. “Os homens que fundaram o ‘Vai Avante’ – praticamente há dois ou três vivos –, começaram com a construção da Igreja, que faz agora 60 anos”, recorda Fernando Duarte. A sede da associação viria a ser “construída com trabalho voluntário”, fruto do empenho da comunidade de São Pedro da Cova – uma freguesia com um forte enraizamento comunista, resultante do contexto operário e mineiro das antigas Minas de São Pedro da Cova, e simultaneamente católico.

Fora de resto a Companhia das Minas levou a igreja de São Pedro da Cova ao seu local atual, já que, em 1860, a exploração mineira obrigara à demolição da igreja do século XVIII, deslocando o local de culto do Passal até à Covilhã. O edifício que vemos hoje em dia viria a nascer 100 anos depois, fruto de movimentos bairristas juntamente com o pároco, para angariar fundos para a construção.

Quando foi fundada, a associação ‘Vai Avante’começou por funcionar numa tasca do bairro, no lugar das Bocas, que pertencia a um dos fundadores, mas - mais tarde - mudou-se para o lugar de Tardariz, a cerca de um quilómetro do local de nascimento. Foi nessa altura que ganhou uma sede própria e é onde está hoje em dia. Ganhou infraestrutura e ganhou vida. No início dos anos 90 só lá trabalhava uma senhora a dias, em part-time. Hoje em dia, são quase cem os trabalhadores do ‘Vai Avante’, para assegurar os 16 serviços de apoio à infância, juventude e comunidade idosa.

Fernando Duarte foi avante dentro da associação mais tarde. “Fui funcionário da Câmara e estive aqui 12 anos, em que a câmara me dispensou para vir para aqui, portanto estou na associação a tempo inteiro”, refere o presidente. “Nunca ganhei, nem ganho nada na associação”.

Porto Canal

Nos tempos iniciais, era ainda jovem, recebeu alguma resistência dos membros mais velhos. “Quando formei a primeira direção com jovens, a direção caiu, porque os idosos não estavam preparados para ver os jovens assumirem a associação”, diz Fernando Fernandes Duarte, que na altura tinha 26 anos.

Contudo, viria a vencer a segunda eleição. “A primeira coisa que fiz foi convidar, e aumentar o número dos corpos sociais, os outros que foram contra a minha lista e convidei-os a vir para a direção”.

A associação ‘Vai Avante’ deu um salto, cresceu, amadureceu, aprendeu a dar respostas à comunidade. “Aquilo passou de uma coletividade tradicional, um bar, um espaço de convívio, algumas atividades culturais e recreativas, para uma empresa de economia social pujante que dá resposta a um sem número de necessidades da comunidade gondomarense e continua a crescer e a reinventar-se. Eu acho que isto revela uma enorme inteligência efetiva, inteligência emocional e uma capacidade de liderança que faz dele um exemplo para todos nós”, diz Pizarro.

Falar do ‘Vai Avante’ ou de São Pedro da Cova em planos separados é uma tarefa árdua. O movimento associativo nasce da comunidade, para a comunidade. A associação nasceu para oferecer atividades desportivas e de recreio, mas, fruto da época em que aparece, não era possível evitar a pobreza que saía da mina. A ajuda materializava-se através de medicamentos e alimentos, àquela que era uma população pobre e que, devido à indústria mineira, por ela proliferavam doenças.

O sogro de Duarte era mineiro. O sogro de Duarte morreu cedo. O sogro de Duarte morreu aos 56 anos, devido ao “pó das minas”. Ele foi um mineiro como muitos outros, vítimas da mina de São Pedro da Cova. O pó das minas provocava silicose, doença sem cura cujas vítimas nunca foram contabilizadas naquela freguesia de Gondomar.

A comunidade de São Pedro da Cova é, hoje em dia, “muito diversa da que era” há umas décadas, quando Fernando Duarte começou “este percurso. São Pedro da Cova era uma terra muito marcada pela exclusão, pela pobreza, pelas desigualdades”, lembra Pizarro, que defende que “a integração do Duarte e do Vai Avante também contribuiu muito para essa mudança pela positiva.”

Porto Canal

São Pedro da Cova “não é nada do que é hoje” lembra Duarte entre um riso de desabafo que viaja aos tempos negros daquele lugar. “Era uma vila muito triste, não havia acessibilidades, ruas que não tinham paralelo, não havia saneamento. Aquele bairro mineiro assustava”, conta.

Mas como era São Pedro da Cova nos anos 90, quando Duarte chega à liderança do ‘Vai Avante? Era uma freguesia com pouco mais de 18 mil pessoas. Em Gondomar, revelam dados dos Censos de 1991, havia ainda 994 habitações sem instalações sanitárias. A rede pública de esgotos não estava desenvolvida naquela cidade colada ao rio Douro. Mais de oito mil habitações estavam ligadas à rede pública de esgotos, mas aquelas que estavam ligadas a sistemas particulares de esgotos eram mais de 28 mil.

O ano era 2013. São Pedro da Cova une-se com Fânzeres, resultado da reorganização administrativa do território das freguesias - a conhecida Lei Relvas. Fruto do crescimento habitacional, além da junção territorial, o número de habitantes saltou para os 37.753 habitantes na união de freguesias em 2021, data dos últimos Censos em Portugal. Feitas as contas, e olhando também para o número de habitantes em 1991 na freguesia de Fânzeres (17 mil), o crescimento em 30 anos foi de aproximadamente dois mil residentes.

Isabel Santos foi voluntária durante alguns anos. “Foram anos fantásticos” no ‘Vai Avante’, durante os anos iniciais de Fernando Duarte na presidência. “Foram anos de grande desafio e também de muita motivação. Levámos muita gente a participar e fomos buscar muita gente jovem”, lembra a, agora, eurodeputada.
Atualmente, Fernando Duarte mantém esse objetivo: “trazer para a associação os jovens”, já que, desabafa, “acho que não vou estar a minha vida toda.”

Esta reportagem é parte integrante da série “Líderes de Comunidade”, do Porto Canal

+ notícias: Norte

Chancas mais pesadas do mundo são de Oliveira de Azeméis

O município de Oliveira de Azeméis inaugurou, na passada sexta-feira, uma escultura do artista Paulo Neves, no âmbito das comemorações dos 40 anos de elevação de Oliveira de Azeméis a cidade. A peça, que tem o formato de um par de chancas, consideradas as “mais pesadas do mundo” tem como objetivo homenagear a história da indústria do calçado no concelho.

Incêndio consome casa devoluta em Braga

Um incêndio deflagrou ao final da tarde deste domingo numa casa devoluta em Braga, confirmou fonte da Proteção Civil ao Porto Canal.

Polícia Marítima apreende 20 quilos de pescado no rio Minho em Monção

Vinte quilos de pescado e três artes de pesca foram apreendidas na madrugada deste domingo, numa ação policial dedicada à pesca furtiva, no troço internacional do rio Minho, no concelho de Monção, anunciou a Autoridade Marítima Nacional (AMN).