Primeiro centenário da morte de Lenine sem celebrações oficiais
Porto Canal/ Agências
O centenário da morte de Lenine, celebrado este domingo, não deverá ter qualquer comemoração oficial. A figura do dirigente comunista russo é um incómodo para as autoridades do Kremlin, ainda que 47% dos russos mantenham uma visão positiva sobre o fundador da URSS, de acordo com a informação divulgada pela Efe.
Segundo uma sondagem publicada esta sexta-feira pelo Centro de Estudos da Opinião Pública (Vtsiom), citada pela Efe, 36% dos russos consideram que o trabalho de Lenine foi benéfico, enquanto 19% consideram que prejudicou o desenvolvimento do país e 30% entendem que fez coisas negativas e positivas em igual medida.
O primeiro centenário da morte de Lenine vai acontecer sem a realização de eventos públicos, conferências ou exposições, refere a agência de notícias espanhola, que adianta que a única iniciativa que assinala o aniversário é uma exposição comemorativa na biblioteca do Centro de História Sociopolítica, a norte de Moscovo, com fotos e livros para 'refrescar' a memória das gerações mais novas.
"A maioria dos jovens não sabe muito bem que é Lenine", disse à Efe um dos bibliotecários.
Apesar de não haver comemorações oficias, os comunistas vão comemorar o aniversário da morte do fundador da URSS, com uma deslocação à Praça Vermelha para prestar homenagem ao "líder do proletariado" e depositar flores no mausoléu, como fazem todos os anos a 21 de janeiro.
Falecido em 1924, o corpo de Lenine foi embalsamado e depositado num mausoléu de madeira na praça vermelha, substituído em 1930 por um de pedra vermelha.
O corpo aí permaneceu, salvo entre 1941 e 1945, em que foi secretamente deslocado para os Urais, como precaução para evitar que caísse nas mãos dos alemães, caso eles conseguissem chegar a Moscovo.