Centenas de milhares de pessoas protestaram nas ruas para pedir cessar-fogo em Gaza
Porto Canal/Agências
Berlim, Londres, Viena, Colombo, Amã e Hyderabad (Índia) foram outras cidades onde se realizaram protestos.
Em Washington, o centro das críticas foi o Presidente norte-americano, Joe Biden, que foi rotulado como "Joe Genocida", por apoiar Israel e afirmar o direito do país a defender-se de agressões terroristas.
"Vamos lembrar-nos em novembro", repetiram milhares de participantes concentrados no centro da capital norte-americana, na praça da Liberdade, a poucos quarteirões da Casa Branca, referindo-se às eleições presidenciais de 05 de novembro, em que Biden será candidato à reeleição.
Em Londres, decorreu a sétima Marcha Nacional pela Palestina, que contou com a presença do ex-líder do Partido Trabalhista Jeremy Corbyn e da presidente do partido irlandês Sinn Féin, Mary Lou McDonald.
Os participantes no protesto condenaram também a participação britânica nos bombardeamento pelos Estados Unidos e o Reino Unido de alvos Huthis no Iémen, em retaliação pelos ataques rebeldes a navios no mar Vermelho.
A polícia destacou cerca de 1.700 efetivos para garantir a segurança do protesto, que culminou na Praça do Parlamento londrino.
Houve sete detenções, duas por "faixas ofensivas", três por possível apoio a uma organização terrorista e outras duas por colagem de autocolantes que poderiam causar "danos criminosos".
A irlandesa McDonald apelou para "um cessar-fogo imediato e permanente", sublinhando: "Isto pode acontecer, porque estou a dizer isto a partir de Londres, numa causa comum convosco, depois de encontrar uma saída para o conflito e construir a paz durante 25 anos".
Em Kuala Lumpur, a manifestação realizou-se em frente à embaixada dos Estados Unidos na Malásia.
"Falámos com pessoas que vieram mostrar a sua solidariedade com os palestinianos. As pessoas trazem cartazes com palavras de ordem como 'Fim ao genocídio' e 'Bombardear crianças não é legítima defesa'", indicou a correspondente da estação televisiva Al-Jazeera, Florence Looi.
Também houve mobilizações em Jacarta, na Indonésia, também em frente à embaixada norte-americana, onde ondearam bandeiras palestinianas e indonésias e foram brandidos cartazes em que se lia "Boicote a Israel" e "Cessar-Fogo Já".
Em Joanesburgo, na África do Sul, a concentração decorreu em frente ao consulado dos Estados Unidos, e os participantes acusaram o país de cumplicidade com Israel por fornecer toneladas de equipamento militar.
"Vamos continuar aqui até podermos assegurar-nos de que haverá um cessar-fogo e ajuda humanitária suficiente para Gaza", declarou uma porta-voz da campanha de Boicote, Desinvestimento e Sanções da África do Sul, Roshan Dadoo.
A 07 de outubro, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) -- desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- realizaram em território israelita um ataque de proporções sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.139 mortos, na maioria civis, segundo o mais recente balanço das autoridades israelitas, e cerca de 250 reféns, dos quais mais de 100 permanecem em cativeiro.
Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre ao norte do território, que entretanto se estendeu ao sul.
A guerra entre Israel e o Hamas, que completa no domingo 100 dias e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza 23.843 mortos e mais de 59.000 feridos, na maioria civis, de acordo com o último balanço das autoridades locais, e cerca de 1,9 milhões de deslocados (cerca de 85% da população), segundo a ONU, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária.