Cadáver do padre espanhol Miguel Pajares será "selado e incinerado"
Porto Canal / Agências
Madrid, 12 ago (Lusa) -- O cadáver do padre Miguel Pajares, falecido hoje devido ao vírus do Ébola, será "selado e incinerado" sem ser autopsiado para evitar a propagação da doença, de acordo com o regulamento da Polícia Sanitária da Comunidade de Madrid.
O manejo "post morten" de um corpo infetado com Ébola proíbe a autópsia devido "à alta carga viral dos fluidos corporais" e deve ser realizado "por pessoal treinado", não estando prevista qualquer preparação do cadáver, disseram hoje à agência noticiosa espanhola EFE fontes sanitárias.
Em relação às medidas de controlo ambiental, a norma é a limpeza com desinfetantes de uso hospitalar das superfícies potencialmente contaminadas e a queima da roupa ou objetos que tenham estado em contacto com o corpo.
Miguel Pajares, falecido hoje aos 75 anos, era desde os 12 anos membro da Ordem Hospitaleira de São João de Deus, que já agradeceu as manifestações de apoio recebidas desde que se soube que o padre estava infetado com Ébola.
Pajares, nascido em La Iglesuela, na província espanhola de Toledo, estudou enfermagem antes de ter sido ordenado sacerdote e trabalhou durante 18 anos em missões em países como a Irlanda, o Gana ou a Libéria, onde passou os últimos sete anos e onde foi infetado.
O padre trabalhava no hospital San José de Monrovia, capital da Libéria, onde tratou de doentes daquele vírus, um dos mais letais e para o qual não existe vacina ou tratamento comprovado.
O vírus Ébola transmite-se por contacto direto com o sangue, líquidos ou tecidos de pessoas ou animais infetados.
A epidemia de Ébola, que afeta a região da África Ocidental, já fez mais de mil mortos, em 1.848 casos suspeitos, de acordo com o último balanço da Organização Mundial de Saúde, atualizado na noite de segunda-feira.
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