China quer Moreira na EDP
Porto Canal
Com a saída do presidente do Conselho Geral e de Supervisão da EDP, João Talone, que vai abandonar as funções que exerce na elétrica e já manifestou indisponibilidade para integrar os órgãos da empresa num novo mandato, o nome de Rui Moreira tem sido apontado para o lugar, como avançou o Porto Canal esta segunda-feira. Segundo a edição desta quarta-feira do Jornal de Negócios, a decisão parece agradar à diplomacia chinesa.
O ciclo autárquico do Porto aproxima-se do fim e a lei de limitação de mandatos impede Rui Moreira de ser candidato ao Porto em 2025. Mas, apurou o Porto Canal, o líder independente do Porto pode abandonar o cargo ainda antes do seu termo. Em cima da mesa está um alto cargo na EDP. A hipótese tem vindo a ser comentada nos círculos políticos do Porto e de Lisboa.
Segundo o Jornal de Negócios, Moreira é um nome que agrada à diplomacia chinesa, que se tem “desdobrado em contactos” para conseguir com que o autarca do Porto seja a opção para o lugar deixado por João Talone.
“Os membros do conselho indicados pela CTG têm sido instruídos pela embaixada chinesa no sentido de apoiarem a escolha de Rui Moreira e fazem pressão para que a mesma se concretize”, pode ler-se na versão impressa desta quarta-feira.
Fonte próxima de Moreira confirmou também ao Porto Canal que o autarca está a par da possibilidade de assumir um alto cargo na elétrica há vários meses.
A decisão, porém, está longe de ser certa e depende da vontade dos acionistas.
Contactado pelo Porto Canal em dezembro, o gabinete de comunicação da EDP informou que as eleições para os órgãos da empresa estão agendadas para a Assembleia Geral de 10 de abril, data em que o triénio em curso termina e se abre um novo mandato.
O Conselho Geral e de Supervisão da EDP conta já com Miguel Pereira Leite, ex-presidente da Assembleia Municipal do Porto e próximo de Rui Moreira.
A EDP é atualmente detida, maioritariamente, por empresas como a estatal chinesa China Three Gorges (20,86%), pela espanhola Oppidum Capital (6,82%), controlada pela família Masaveu, pela americana BlackRock, Inc. (6,82%) e pelo Fundo de Pensões do Canadá (5,62%). Quase 60% do capital está disperso por acionistas com participações menores.