Da Casa da Música a Santo Ovídio, linha Rubi promete conectar zonas ocidentais de Porto e Gaia
João Nogueira
Falta pouco tempo para que os projetos da Linha Rubi saiam do papel e comecem a tornar-se uma realidade. A empreitada da nova linha do metro, que une Porto e Gaia, está prestes a arrancar, após a cerimónia do ato de consignação da obra, agendada para esta terça-feira. Mas o que pode esperar a população?
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A nova linha vai fechar o “anel Sul” da rede de metro, conectando as linhas Azul, Vermelha, Verde, Violeta e Laranja à Linha Amarela, em Santo Ovídio, Vila Nova de Gaia.
Os trabalhos foram entregues ao consórcio Alberto Couto Alves (ACA), FCC Construcción e Contratas e o valor global da obra é de 435 milhões de euros, apoiados em boa parte pelo Plano de Recuperação e Resiliência.
O traçado vai percorrer 6,4 quilómetros entre Porto e Gaia, ao longo de oito estações. No Porto, nascem duas: Campo Alegre e Casa da Música. Do lado de Vila Nova de Gaia irão aparecer mais seis: Santo Ovídio, Soares dos Reis, Devesas, Rotunda, Candal e Arrábida.
As composições que vão circular na Linha Rubi, tal como na Linha Rosa, serão revolucionárias e estarão aptas para circular sem condutor, através de um sistema automático que permitirá que comuniquem entre si.
Estacionamento alargado
O traçado da futura linha Rubi vai trazer associado um reforço do estacionamento automóvel. Numa fase inicial do projeto, estavam previstos 500 lugares para viaturas com o novo parque na estação Rotunda, na Rotunda Edgar Cardoso, em Gaia.
Mas segundo o Relatório de Conformidade Ambiental do Projeto de Execução da Linha Rubi, vão ser instalados mais 446 lugares na estação do Campo Alegre, no Porto, e cerca de 30 na estação das Devesas, em Gaia.
A ideia é reforçar o mecanismo de “Park & Ride”, de incentivo à utilização do transporte público em detrimento do transporte individual, que acompanha a Metro do Porto desde a origem.
Contudo, até que sejam fixados os novos espaços de estacionamento no Campo Alegre, a população que habitualmente frequenta a zona irá sentir um impacto muito significativo pelos lugares subtraídos durante os trabalhos, que deverão decorrer ao longo dos próximos dois anos.
Ao todo, o estaleiro da nova linha, estação e ponte deverão suprimir quatro parques de estacionamento, públicos e da universidade.
Nova ponte e a regeneração das margens durienses
A nova travessia, exclusiva para o metro e a circulação pedonal ou de modos suaves, vai chamar-se ponte D. Antónia Ferreira, a Ferreirinha.
A nova travessia, com 835 metros de extensão e uma altura de 70 metros acima do rio, promete a alterar a paisagem das margens como as conhecemos à boleia dos pilares que vão sustentar a estrutura. Também a silhueta da ponte da Arrábida vista do Porto jamais será como dantes.
No Porto, entre o futuro elevador da Rua do Ouro e a encosta do Bairro da Boa Viagem, será estabelecido um novo acesso pedonal. Nos arredores dos pilares que suportam a nova ponte, onde a bomba de gasolina da Repsol foi desativada, surgirão dois edifícios de apoio e um estacionamento para bicicletas e trotinetas. Um dos edifícios será destinado à gestão da Metro, enquanto o outro terá finalidades comerciais.
Em Gaia, nasce um novo parque urbano e serão demolidas várias casas junto a Santo Ovídio.