Metro do Porto tem postes espalhados pela cidade. Para que servem?

Metro do Porto tem postes espalhados pela cidade. Para que servem?
Foto: Pedro Benjamim | Porto Canal
| Porto
Pedro Benjamim

As estruturas não são novas, mas continuam a provocar dúvidas a muitos portuenses que por elas passam diariamente. Ao contrário da crença de muitos transeuntes, estes equipamentos não são câmaras de filmar e a sua instalação deve-se às obras da extensão das linhas do Metro do Porto.

Desde o início da empreitada que a empresa tem instalados postes com estações de topografia para monitorizar o impacto que as obras possam ter no património da cidade. As frentes de obra do lado do Porto focam-se neste momento na finalização da Linha Rosa, junto ao Hospital Santo António, na Avenida dos Aliados e perto da Casa da Música.

 
 
 
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A utilização destes aparelhos, refere a empresa em resposta ao Porto Canal, é feita “para medir os prismas que estão instalados nos edifícios”. A monitorização das obras pode ser feita de forma estática ou dinâmica. A primeira é realizada através destes equipamentos de topografia, chamados estações totais, a segunda através de sismógrafos, que medem um movimento instantâneo.

Ambas as formas estão a ser realizadas pela Metro do Porto. Estes postes que foram instalados junto das obras do metro para receber as estações totais pertencem à monitorização estática. O aparelho “mede num determinado ponto quais são as coordenadas e vai medindo a evolução dessas coordenadas” em curtos intervalos de tempo, explica o professor João Miranda Guedes, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP).

Além das estações totais são também utilizados sismógrafos, fixos e móveis, na monitorização das obras da Metro do Porto. Os fixos “estão instalados estrategicamente num local específico e vão sendo deslocados em função das necessidades motivadas pelos avanços da obra”, avança fonte da empresa. Já a utilização dos sismógrafos móveis é feita “em momentos mais breves e específicos, como por exemplo aqueles que implicam o uso de explosivos. Nestes casos, o sismógrafo acompanha a explosão e regista os valores obtidos. Ou seja, permite uma leitura fina dos impactos das explosões e, a partir daí, fazer os ajustes certos no caso de ser necessário”. Procedimentos que são acompanhados “pela FEUP quase diariamente”, aponta fonte da Metro do Porto.

A monitorização dinâmica, “em bastante menos de um segundo está a fazer sistematicamente leituras, nós dizemos que é uma leitura em contínuo, e normalmente essas leituras são em acelerações, ou seja, medem a evolução ou a variação da aceleração da própria estrutura, ou seja, como é que esse movimento está a acontecer. Essa medição dinâmica, já não é estática, dá outro tipo de informação que a outra não dá, mas também só tem interesse no caso de haver uma variação rápida”, refere João Miranda Guedes.

Fonte da Metro do Porto garante que no que concerne às explosões realizadas para criar os novos percursos, estão a ser seguidas “de forma escrupulosa” as normas definidas pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), acrescentando que “estas normas são das mais apertadas a nível europeu, tornando-se nas obras de construção da Linha Rosa ainda mais restritas, de maneira a garantir a preservação do património da cidade do Porto”.

O projeto da Linha Rosa é financiado pelo POSEUR e pelo Fundo Ambiental, num investimento de 246 milhões de euros. Os custos subiram cerca de 30%, face ao inicialmente previsto, devido à guerra na Ucrânia (que é um dos grandes produtores mundiais de aço) e da inflação.

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