Utentes da linha Braga-Porto vão à Câmara do Porto para expor problemas que persistem

Porto Canal / Agências
Os utentes da ligação de autocarro Braga-Porto via A3 vão ser recebidos na autarquia portuense, na quinta-feira, para expor os problemas que persistem na ligação, mesmo após a resolução da supressão do serviço, no início do mês.
"Do ponto de vista da linha, para nós foi um alívio a reposição, naturalmente, embora não fosse reposta com todos os horários que existiam. E isso causa bastante constrangimento para os utentes, daquilo que me tenho apercebido", disse esta quarta-feira à Lusa Diana Viegas, representante dos utentes do serviço que liga Braga ao polo universitário da Asprela, no Porto.
No dia 05 de dezembro, as câmaras do Porto e de Braga acordaram retomar o serviço de autocarro entre as cidades, após ter sido suprimido na sequência da entrada em vigor da rede Unir, disse à Lusa o autarca do Porto, Rui Moreira, com a lógica de "substituir aquilo que é uma falha de mercado".
O serviço foi resposto com 15 frequências diárias, tendo inicialmente sido assegurado gratuitamente, e com recurso, em três viagens, a autocarros da própria autarquia do Porto, sendo as restantes operadas pela Transdev (custeadas pelo Porto).
Na sequência do envio de uma nota de agradecimento à autarquia portuense pela reposição do serviço, os utentes foram convidados a explicar pessoalmente, na quinta-feira, às 11:30, "como é que está a correr a implementação", havendo problemas que persistem.
Segundo Diana Viegas, "há uma linha bastante importante que foi suprimida, que é uma linha que era às 13:20", que serve sobretudo "muitos dos utentes dos hospitais, São João e IPO, que terminam as suas consultas muito próximo da hora de almoço", bem como estudantes que tenham aulas apenas de manhã.
"O grave é que fica um vazio desde as 11:55 até às quatro da tarde sem haver transporte para Braga. O mesmo acontece do lado de Braga, foi suprimida uma linha que é às 13:15, creio, Braga-Porto", disse ainda.
De acordo com Diana Viegas, investigadora no polo universitário da Asprela, a linha "tem sido penalizada ao longo dos anos", já que chegou a ter uma frequência de "meia em meia hora" nas horas de ponta, e horária durante o resto do dia.
"Isto custa um bocado de perceber, quando nós estamos num período em que se advoga tanto, e bem, a mobilidade sustentável, e que devíamos caminhar para transportes coletivos efetivamente sustentáveis, e vemos estas linhas reduzidas", argumentou.
A adicionar à redução de horários, o preço também aumentou desde o início do mês, já que o passe mensal passou de 110 euros para 129, o bilhete de ida e volta de nove euros para 10,50, com aumentos também nas viagens únicas.
"Se calhar em janeiro vamos sofrer aumentos outra vez", receia.
A representante dos utentes aponta ainda que ao contrário dos residentes na Comunidade Intermunicipal (CIM) do Cávado, que têm desconto de 50% no passe mensal, os residentes no Porto ou na Área Metropolitana não o têm, no sentido contrário.
"Acaba por ser uma discriminação, porque o serviço serve não só utentes de Braga, mas também utentes do Porto. Sei de algumas pessoas que trabalham em Braga e que fazem essa linha", disse à Lusa.