“Foi absolutamente claro que para o Porto era insuportável manter uma linha a Braga", diz presidente da Área Metropolitana 

“Foi absolutamente claro que para o Porto era insuportável manter uma linha a Braga", diz presidente da Área Metropolitana 
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Como o Porto Canal noticiou, os utilizadores que se serviam do autocarro da Transdev para se deslocarem de Braga até ao Porto, pela A3, vão deixar de o poder fazer, uma vez que a ligação foi cancelada com a entrada em funcionamento da nova rede de transporte da Área Metropolitana do Porto, a UNIR.

Segundo a CIM do Cávado, aquela linha de autocarro existia há vários anos e resulta de um Acordo de Partilha e Coordenação de Competências que fora assinado em 2019 entre a Área Metropolitana e a prórpia CIM. De acordo com o protocolo, a ligação é contratualizada pela entidade cujo o território tem mais distância percorrida, a par do maior número de paragens e da maior influência para o mesmo. 

"Cada linha inter-regional será contratualizada pela Autoridade de Transportes em cuja área geográfica o serviço público se desenvolva maioritariamente, entendendo às Parte como tal designdamente, os serviços públicos com o maior número de paragens no percurso base; e ou a distância global percorrida por ano em cada território; e ou a maior afluência e integração de cada linha inter-regional no contexto global do serviço público de transporte de passageiros em cada área territorial", pode lêr-se no acordo assinado por ambas as partes.

Contudo, nos anexos do referido documento, consultado pelo Porto Canal, a linha Braga-Porto, pela A3, não consta da lista de linhas inter-regionais.

Na listagem, estão apenas presentes as ligações da Póvoa de Varzim a Vila do Conde; de Esposende a Vila do Conde; do Porto a Viana do Castelo e vice-versa, entre outras. 

Na noite informativa do Porto Canal, deste domingo, o presidente da Área Metropolitana, Eduardo Vítor Rodrigues considerou a situação de "lastimável” e confirmou que “em nenhum lugar” do acordo inclui a “linha Braga-Porto” pela A3

“Nós fizemos aquilo que nos compete”, frisou.

O também autarca de Vila Nova de Gaia revela que “foi absolutamente claro que para o Porto era insuportável manter uma linha a Braga, que beneficia prioritariamente Braga, e era insuportável do ponto de vista de modelo concurso, como era insuportável do ponto de vista financeiro, porque somos nós que estamos a pagar”.

Eduardo Vítor Rodrigues considera de “vergonhoso” o comunicado da Transdev e “que não tem nada haver com relações institucionais porque até ao dia de hoje não tive qualquer contacto de Ricardo Rio, ou do Presidente do Cávado, porque se tivesse tínhamos resolvido isto em dois minutos”.

“No dia 23 de novembro, a CIM do Cávado envia um e-mail à Área Metropolitana do Porto a solicitar confirmação sobre se vamos ou não fazer a ligação Porto-Braga, quando no acordo já não havia ligação desde o dia 3 de dezembro”, revela.

Nós respondemos no próprio dia a dizer que não manteremos o serviço Braga-Porto, de acordo com o caderno de encargos”, completa Eduardo Vítor contrariando a informação relatada no comunicado da Transdev.

O presidente da volta a reforçar que “a Área Metropolitana não falhou” e que “a CIM do Cávado tinha tido tempo, desde 2019, para assumir para si própria a linha Braga-Porto”.

“Se isto é tão importante para a Braga, a CIM do Cávado assumia a linha e a Área Metropolitana, não só não se importava, como nem a tinha como sua responsabilidade”, finaliza.

Veja a entrevista na íntegra: 

CIM do Cávado considera situação "incompreensível e lamentável"

Já este sábado, em comunicado de imprensa, a CIM disse que a decisão da Área Metropolitana “coloca diretamente em causa” o direito à mobilidade das populações.

O presidente da instituição, Ricardo Rio, acrescentou que a AMP considera que deve ser aquela CIM a assegurar o serviço, algo que na opinião do também autarca de Braga é “incompreensível e lamentável”.

De acordo com a nota, “os argumentos aduzidos pela AMP não colhem do ponto de vista técnico, uma vez que, quer pelo número de paragens, quilómetros e integração na rede, esta linha tinha de ser contratualizada pela AMP”, visto que os acordos, entre ambas as partes, assinados em 2019 sobre a partilha de linhas inter-regionais destacam que a entidade que tem que assegurar o serviço é aquela cuja área abrange o maior número de paragens e de quilómetros percorridos.

“O serviço supracitado é de grande relevância para as populações com a venda de aproximadamente 1500 passes e 18.000 bilhetes de bordo, em cada ano. Soma-se a isto o facto de o serviço permitir o acesso, entre outros, ao Hospital de S. João e ao Instituto Português de Oncologia, bem como, a diversas instituições de ensino superior”, explica a CIM do Cávado no documento.

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