Ex-polícia que matou George Floyd esfaqueado 22 vezes na prisão. Recluso acusado
Porto Canal / Agências
Um recluso foi acusado de tentativa de homicídio por esfaquear 22 vezes Derek Chauvin, o agente da polícia condenado pelo homicídio do afro-americano George Floyd, disseram procuradores federais na sexta-feira.
A cumprir uma pena de 22 anos e meio, Chauvin, de 47 anos, foi atacado em 24 de novembro na biblioteca de uma prisão federal em Tucson, no estado do Arizona, sobrevivendo aos ferimentos.
O recluso John Turscak, de 52 anos, é acusado de esfaquear Chauvin com uma faca de fabrico artesanal, de acordo com um documento do tribunal.
"O sr. Turscak disse aos agentes prisionais que teria matado [Chauvin] se estes não tivessem reagido tão rapidamente", continuou o documento.
O gabinete dos procuradores federais em Tucson declarou ter acusado Turscak de vários crimes, incluindo tentativa de homicídio, punível com 20 anos de prisão, e agressão, causando lesões corporais graves.
O homem é igualmente acusado de esfaquear outro recluso mais de 20 vezes.
Apesar de nenhum comunicado de imprensa ou denúncia indicar o nome completo de Chauvin, fonte oficial confirmou à agência France-Presse (AFP) que a vítima era efetivamente o antigo agente da polícia de Minneapolis.
Não foi divulgada qualquer informação sobre o atual estado de saúde de Chauvin.
O antigo agente, de 47 anos, foi transferido em agosto de 2022 de uma prisão estadual de segurança máxima em Minnesota, no oeste dos Estados Unidos, para Tucson, para cumprir uma sentença de 22 anos e meio de prisão pelo homicídio de George Floyd.
O advogado de Chauvin, Eric Nelson, tinha pedido para que o antigo agente da polícia não tivesse contacto com os restantes prisioneiros, alertando que poderia ser alvo de retaliação.
Na prisão em Minnesota, Chauvin foi mantido principalmente em confinamento solitário "em grande parte para sua própria proteção", escreveu Nelson em documentos judiciais no ano passado.
O Supremo Tribunal dos Estados Unidos rejeitou recentemente um recurso apresentado por Chavin contra a condenação por homicídio. O antigo agente está também a tentar anular a confissão, alegando a existência de novas provas.
George Floyd morreu a 25 de maio de 2020, depois de Chauvin ter usado o joelho para o imobilizar, pressionando o pescoço do afro-americano contra o chão durante cerca de nove minutos e meio.
Um vídeo de um transeunte capturou os gritos de Floyd, em que afirmava que não conseguia respirar.
Depois da divulgação das imagens nas redes sociais, sucederam-se protestos contra a violência policial e o racismo em dezenas de cidades norte-americanas, algumas das quais foram palco de atos de pilhagem.
Os quatro polícias envolvidos no incidente foram despedidos e condenados a penas de prisão.
Uma investigação do Departamento de Justiça dos EUA, pedida após o magnata Jeffrey Epstein se ter suicidado na prisão em agosto de 2019, enquanto aguardava julgamento por tráfico sexual, apontou em junho passado uma série de falhas no sistema prisional do país.