Zelensky assinala os 10 anos da "Revolução da Praça Maidan"
Porto Canal / Agências
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, assinalou esta terça-feira o décimo ano da "Revolução da Praça Maidan" com uma mensagem sobre o que considerou "primeira contraofensiva" dos ucranianos contra a Rússia.
"Há 10 anos iniciámos uma nova página da nossa luta", escreveu Zelensky, no sistema digital de mensagens Telegram.
"Há 10 anos, os ucranianos lançaram a primeira contraofensiva à arbitrariedade, contra as tentativas de nos privarem de um futuro europeu e contra a escravatura", sublinhou o chefe de Estado.
10 years ago, we began a new chapter in our struggle. 10 years ago, Ukrainians launched their first counteroffensive. Against lawlessness and an attempt to rob us of our European future. Against unfreedom.
— Volodymyr Zelenskyy / Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) November 21, 2023
Year after year, step by step, we make every effort to ensure that,… pic.twitter.com/HkEarZkbJB
Zelensky acrescentou que o processo iniciado em Maidan - a praça de Kiev onde se concentraram os protestos de 2013 - "continuaram todos os anos" no sentido de levar a Ucrânia a cumprir "o destino europeu".
O chefe de Estado ucraniano apelou à unidade para que "se consiga a avançar no mesmo caminho" e "felicitou" os ucranianos na data conhecida como "Dia da Dignidade e da Liberdade".
Esta terça-feira, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen e a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, destacaram os 10 anos de "dignidade", "orgulho" e da "luta pela liberdade" dos ucranianos.
No dia em que se assinalam os 10 anos do início das manifestações em Kiev, as duas líderes do bloco europeu destacaram que a União Europeia "está prestes" a iniciar as conversações sobre a adesão da Ucrânia.
"Dez anos de dignidade. 10 anos de orgulho. 10 anos de luta pela liberdade. As frias noites de novembro da 'Euromaidan' mudaram a Europa para sempre, apesar de, na altura, a Europa não se ter apercebido", afirmou Ursula von der Leyen numa mensagem gravada em vídeo e difundia através das redes sociais.
Ten years of dignity.
— Ursula von der Leyen (@vonderleyen) November 21, 2023
Of pride.
Of striving for freedom.
The cold winter nights of Euromaidan have changed Europe forever.
Today, it is clearer than ever.
The future of Ukraine is in the European Union.
The future that the Maidan fought for has finally begun. pic.twitter.com/Z0xD4Ss3Qs
A revolta da Praça Maidan começou com um protesto contra o incumprimento do então chefe de Estado (pró-russo) Viktor Yanukovich, que não assinou o Acordo de Associação com a União Europeia.
Yanukovick preferiu manter-se sob a influência do chefe de Estado russo, Vladimir Putin, provocando manifestações de protesto reprimidas pela polícia.
Mais de uma centena de manifestantes morreu na sequência dos protestos.
Em fevereiro de 2014, a pressão das manifestações acabou por forçar a fuga de Yanukovich para a Rússia.
Moscovo respondeu com uma operação militar que anexou a Península ucraniana da Crimeia e ativando milícias separatistas nas "repúblicas independentes do leste da Ucrânia" onde começou uma guerra entre os grupos leais a Moscovo e o Exército ucraniano pelo controlo de território.