Amnistia, extrema-direita, Israel e o estado palestiniano. Palavras de Pedro Sánchez antes de voltar a tomar posse

Amnistia, extrema-direita, Israel e o estado palestiniano. Palavras de Pedro Sánchez antes de voltar a tomar posse
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Porto Canal / Agências

Pedro Sánchez discursou esta quarta-feira no parlamento de Espanha no primeiro de dois dias de uma sessão que vai levar à reeleição do líder do PSOE como primeiro-ministro.

O socialista espanhol foi recebido à chegada com protesto à porta do Congresso dos Deputados por parte da direita e extrema-direita (incluindo um autocarro que caracterizava Sánchez como o líder nazi Adolf Hitler com a mensagem de “Sánchez ditador. Pedro Sánchez odeia Espanha”).

Lei da Amnistia

E foi precisamente para os protestos e para a oposição que o secretário-geral do PSOE dirigiu as primeiras palavras. Mais especificamente, para as manifestações contra a lei da amnistia. Considerou-as normais dentro do “exercício da democracia”, mas que agora “vamos ouvir os 25 milhões de cidadãos que votaram nas eleições”.

Sobre a lei em si, Pedro Sánchez justificou a amnistia de independentistas catalães como a via para recuperar a convivência entre os espanhóis e também a forma de garantir um governo "de progresso" em Espanha face à ameaça da "direita reacionária".

Sánchez prepara-se para ser reeleito com o apoio de partidos independentistas da Catalunha, com quem negociou uma amnistia para os envolvidos na tentativa de autodeterminação da Catalunha durante uma década e que teve como auge uma declaração unilateral de independência em 2017.

Extrema-direita

Foi precisamente através desse e outros acordos com vários movimentos e partidos que o líder socialista conseguiu reunir uma maioria dos deputados eleitos, evitando assim que o Vox, através de uma coligação com o PP e outros partidos, pudesse chegar ao governo.

Sobre o partido da extrema-direita, Sánchez acusou o PP de, como noutros países do mundo, se ter deixado parasitar pela direita radical e de ter unido "o destino" do partido ao do Vox em coligações em cinco governos regionais e 135 municipais nos últimos anos, pactuando na concretização de políticas "de ódio", de cortes de direitos e de retrocesso nos serviços públicos.

Sánchez acrescentou que face "às direitas reacionárias e retrógradas" do PP e Vox, que querem “meter as mulheres na cozinha, as pessoas LGBT nos armários e os migrantes em campos de refugiados”, a opção é um novo governo apoiado por partidos "com diferenças importantes", mas que partilham o desejo de fazer o país avançar.

Israel e o Estado palestiniano

Mas não apenas à política interna se cingiu o discurso do primeiro-ministro espanhol. Sánchez defendeu "o cessar-fogo imediato de Israel sobre Gaza" e comprometeu-se a trabalhar, em Espanha e na Europa, pelo reconhecimento do Estado palestiniano".

Sánchez pediu que não haja dúvidas de que Espanha, que tem atualmente a presidência semestral do Conselho da União Europeia, "está com Israel na repulsa e resposta ao atentado terrorista" de outubro do grupo islamita palestiniano Hamas.

"Mas com idêntica clareza rejeitamos a matança indiscriminada de palestinianos em Gaza e na Cisjordânia", acrescentou, antes de defender a entrada imediata em Gaza de ajuda humanitária aos palestinianos e uma conferência de paz internacional que abra as portas à diplomacia e ao reconhecimento do Estado palestiniano pela comunidade internacional.

O líder do partido socialista espanhol (PSOE) assumiu mesmo como "primeiro compromisso" da nova legislatura em Espanha e do novo governo que vai liderar, "trabalhar, em Espanha e na Europa" pelo reconhecimento do Estado palestiniano.

O PSOE vai assumir o governo em coligação com o Somar, uma plataforma de 15 partidos e movimentos à esquerda dos socialistas, liderada pela atual ministra do Trabalho, Yolanda Díaz.

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