Câmara “acompanharia” reativação da refinaria de Matosinhos
Porto Canal
A presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, que também é a presidente da Associação Nacional de Municípios, falou em exclusivo com o Porto Canal sobre os trabalhos de demolição da antiga Refinaria de Matosinhos.
Recorde-se que a demolição vai começar na próxima segunda-feira, dia 23 de outubro, uma notícia que foi conhecida esta quarta-feira. Em comunicado, a Galp explica que esse processo vai demorar cerca de dois anos e meio.
Luísa Salgueiro garantiu que “se a vontade entre esse potencial grupo (comprador) e a Galp fosse de reabrir a refinaria, o Município naturalmente acompanharia essa vontade se os interesses privados assim decidissem e se fosse vantajoso”, sublinhou a autarca, relembrando o impacto causado pelo encerramento da infraestrutura.
“Nós sabemos que o impacto do encerramento da refinaria foi de 220 milhões de euros, foi o resultado do estudo da Faculdade de Economia da Universidade do Porto. Se fosse essa a vontade, nós acompanharíamos, mas não nos compete a nós decidir. Eu auscultei a GALP, no sentido de perceber se essa era uma vontade real, a GALP disse-me que aquela proposta não tinha sido sequer atendida e que não considerava que fizesse sentido e manteve o plano anterior e estamos a cumprir”, reforça Luísa Salgueiro.
O encerramento da refinaria foi comunicado pela Galp em dezembro de 2020 e concretizado no ano seguinte, num processo muito criticado pelas estruturas sindicais.
A Câmara Municipal de Matosinhos constituiu um Comité Científico e um Conselho Consultivo sobre a Reconversão da Refinaria, e em fevereiro de 2022, a Galp, a autarquia e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) adiantaram que a antiga refinaria daria lugar a uma cidade da inovação ligada às "energias do futuro".
A Presidente da Câmara de Matosinhos reitera que essa “ambição se mantém”.
“O Innovation district continua a ser um projeto que está em cima da mesa para ser desenvolvido. É toda aquela área transformada numa área de atração da economia municipal, regional e até à escala internacional, fruto da ambição que ali está prevista, de transformação daqueles ativos numa cidade de inovação com empresas, com universidade, com áreas de investigação. Portanto, o protocolo que foi assinado com a CCDR e com a Galp não está posto de parte, a ambição mantém-se, as condições mantêm-se. A responsabilidade é da Galp, que tem de apresentar os projetos que ali pretende ver executados, nós temos a responsabilidade de fazer cumprir a legislação e as regras que se aplicam àquela parte do território”, remata a edil de Matosinhos”.
Veja a entrevista na íntegra: