"Perdi vários amigos e conhecidos". O relato da guerra por um israelita do Porto
Hugo André Costa
Ofir Yiflach é israelita, tem 30 anos, e vive há seis no Porto. Desconhece o paradeiro do irmão, convocado pelo exército para combater o Hamas e perdeu amigos e conhecidos no massacre levado a cabo por este grupo no Festival Supernova.
A cada hora que passa, a violência e o número de vítimas aumentam em Israel e na Faixa de Gaza.
Natural de uma aldeia próxima da cidade de Afula, Ofir tem acompanhado a escalada de terror e violência a quase 6000 quilómetros de distância e não esconde a revolta contra o Hamas.
Ofir rejeita que os seus conterrâneos tenham morrido. Para o israelita, “as pessoas foram assassinadas” e os militares do Hamas “entraram ali para matar pessoas civis”.
Com o crescente envolvimento dos libaneses do Hezbollah, Israel tem reforçado a presença militar na fronteira norte, junto ao Líbano. É lá que Ofir julga estar o seu irmão e também o sócio com quem vive em Portugal, e que foi repatriado para combater. “Eu não sei, exatamente, onde estão o meu irmão e o meu sócio. Posso estar aqui preocupado que não sei exatamente onde eles estão”, afirma.
Na zona norte de Israel, Ofir relata que os habitantes de “todas as aldeias na fronteira com o Líbano foram instruídos para sair” e que, agora, é o exército israelita que está “a tomar conta de toda a zona”.
Um dos primeiros ataques do Hamas em solo israelita deu-se no festival de música eletrónica Supernova, onde foram assassinadas cerca de 270 pessoas. Ofir Yiflach revela que “três deles são amigos”, dois dos quais os organizadores do evento.
A 7 de outubro, a organização militar e política palestiniana Hamas lançou um ataque sem precedentes em território israelita, reacendendo um conflito milenar na região. Como Ofir, muitos israelitas por todo o mundo assistem, ao longe, o desenrolar do conflito.