Galp diz que não há "proposta credível". Gestores ingleses "muito confiantes" no negócio

| Norte
Inês Durães

Simpatrans já entregou oferta à Galp no valor de 300 milhões de dólares. O objetivo é criar uma linha de biodiesel e contratar os antigos trabalhadores de refinaria de Matosinhos. A Galp garante não ter recebido nenhuma "proposta credível", mas o gestor do grupo inglês diz que os envolvidos estão "muito confiantes" no negócio.

O rumo da antiga refinaria de Matosinhos poderá ser diferente do previsto.

A empresa Simpatrans, sediada no Reino Unido, quer comprar a antiga refinaria da Galp por 300 milhões de dólares, um valor que, como explica um dos responsáveis, Stefan Iliescu, já inclui o investimento necessário para “abrir uma linha de biodiesel, aumentar a capacidade de armazenamento e trazer tecnologia para a secção de poluição”. Admite ainda que o principal ponto de interesse é a experiência dos trabalhadores. “Queremos contratar todos os antigos trabalhadores, porque eles conhecem muito bem que processos eram realizados lá e como as coisas são”, explica em entrevista ao Porto Canal.

A Comissão de Trabalhadores da Petrogal já foi contactada pela empresa inglesa. O presidente, Hélder Guerreiro, diz que o interesse da Simpatrans mostra que o encerramento foi um erro e que “a refinaria do Porto tem futuro e devia ser reativada”.

"A Galp não comenta propostas comerciais, mas pode adiantar que não recebeu qualquer proposta credível relativamente à Refinaria de Matosinhos", afirma a Galp em comunicado, ao qual o Porto Canal teve acesso.

Face a estas declarações, o gestor da Simpatrans garante que a oferta já foi oficializada, embora ainda não haja resposta.

No mesmo comunicado, a Galp lembra que já há um projeto para os terrenos da refinaria, em conjunto com o município de Matosinhos e com o governo português. Questionado sobre se a oferta de compra é suficiente para fazer a Galp desistir do projeto, Stefan Iliescu não tem dúvidas – “é mais do que suficiente, porque eles querem destruir a refinaria, o que é perder dinheiro e não ganhar dinheiro”. Assegura ainda que os envolvidos na proposta estão “muito confiantes”.

Contactada pelo Porto Canal, a Câmara Municipal de Matosinhos preferiu não comentar o caso.

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