Calor e inundações põem em risco mais de 60 mil milhões de euros da exportação de vestuário até 2030

Calor e inundações põem em risco mais de 60 mil milhões de euros da exportação de vestuário até 2030
| Mundo
Porto Canal/Agências

O calor e inundações podem colocar em risco mais de 65 mil milhões de dólares (aproximadamente 60,5 mil milhões de euros) em receitas da exportação de vestuário no Bangladesh, Camboja, Paquistão e Vietname entre 2025-2030, segundo o Global Labor Institute.

“O calor extremo e as inundações estão a ameaçar os principais centros de vestuário e irão colocar em risco mais de 65.000 milhões de dólares de receitas de exportação em quatro importantes centros de produção até 2030”, concluiu a investigação do Global Labor Institute (GLI) da Universidade de Cornell e a Schroders, empresa de gestão de ativos.

Em causa está uma quebra de 22% nas receitas de exportação, impactadas por um crescimento mais lento da indústria, em consequência de uma produtividade mais baixa.

O cenário de elevado calor e inundações analisado revelou ainda que seriam criados menos 950.000 novos postos de trabalho, um decréscimo de, aproximadamente, sete pontos percentuais.

Já para 2050 é perspetivada uma quebra de 68,6% das receitas de exportação e menos 8,64 milhões de postos de trabalho.

Em 2022, um terço do Paquistão ficou submerso devido às inundações que afetaram a região e no início deste ano Daca, no Bangladesh, teve uma vaga de calor de 11 dias, com as temperaturas a atingirem 40,2º C.

Os riscos de inundações e de calor não se verificam apenas nestas quatro geografias, sendo já um problema generalizado. Neste âmbito, os investigadores analisaram a vulnerabilidade climática de 32 centros de produção de vestuário.

Destacaram-se pela sua vulnerabilidade Colombo (Sri Lanka), Manágua (Nicarágua), Chittagong (Bangladesh), Port Louis (Maurícia), Yangon (Miramar), Deli, Banguecoque, bem como as regiões de Dongguan, Guangdong e Shenzhen na China.

“As inundações e o calor extremo representam um risco significativo para todos os quadrantes da produção global de vestuário – nomeadamente trabalhadores, fabricantes, reguladores, investidores e as próprias marcas, mas ninguém está a ter em conta os custos no terreno da degradação climática no seu planeamento”, apontou, citado em comunicado, o diretor executivo do Cornell GLI, Jason Judd.

Por sua vez, o ‘head of sustainable investment research’ da Schroders, Angus Bauer, defendeu que os investidores devem envolver-se com as empresas de vestuário e os seus ‘stakeholders’ (partes interessadas) “para garantir que começam a medir e a enfrentar os desafios significativos dos impactos climáticos físicos nos trabalhadores e nos modelos de negócio”.

Neste estudo foram analisadas as indústrias de vestuário vulneráveis ao clima no Bangladesh, Camboja, Paquistão e Vietname. Em conjunto, estes mercados representam 18% das exportações globais de vestuário, abrangem dez mil fábricas de vestuário e calçado e empregam 10,6 milhões de trabalhadores.

A análise teve em conta os níveis futuros do calor e inundações nestas quatro geografias. Os dados foram também utilizados para estimar os resultados da indústria, comparando um cenário de adaptação ao clima com um de calor intenso e inundações.

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