Travão ao alojamento local no Porto teve forte impacto na zona histórica
Porto Canal/Agências
Só no centro histórico, entre maio e agosto de 2022, existiram mais pedidos de registo para alojamento local (1028) do que em todo o resto da cidade do Porto no mesmo período desse ano (1020). Os efeitos do Regulamento de Alojamento Local (AL) do Porto já são notórios apenas três meses depois de este entrar em vigor.
Na Baixa, onde a pressão era previsivelmente maior, tanto os pedidos como os licenciamentos abrandaram. Mas contrariamente aquilo que era esperado, o crescimento desenfreado não migrou e, nas outras freguesias do Porto, a instalação de novos AL manteve-se em linha com os números existentes antes do regulamento.
Os resultados do primeiro trimestre do regulamento municipal são discutidos em reunião de Executivo amanhã, segundo o JN. Na União de Freguesias do Centro Histórico, os alojamentos locais nasciam quase diariamente, mas com as novas regras, os pedidos de novos registos caíram cerca de 80%.
No total, a Câmara do Porto recebeu 212 pedidos de registo para a zona de contenção. “Destes, 22 foram considerados elegíveis, 47 foram rejeitados por não cumprirem requisitos necessários e os restantes 143 pedidos encontram-se em diferentes fases do procedimento”, indicou a autarquia.
Em quatro meses, desde o mês de maio, a equipa da Divisão Municipal de Alojamento Local já negou 545 pedidos. Entre janeiro e julho deste ano, tinham sido emitidas um total de 445 licenças para AL no Porto, estando Bonfim no topo da lista das freguesias com mais autorizações (123).
Mas comparando com o período homólogo de 2022, foram menos 62% as licenças emitidas. “É uma queda gigantesca. No ano passado foram cedidas 2017 licenças. Até ao momento, temos 445”, refere o vereador Ricardo Valente ao JN.