Comerciantes afetados pelas obras do metro na zona do Jardim do Carregal
Maria Pinto Silva
Na passada segunda-feira, teve início uma nova fase das obras da Linha Rosa do metro, na zona do Jardim do Carregal, no Porto. Devido à empreitada, os comerciantes já enfrentam dificuldades há quase dois anos. Agora, deparam-se com um novo constrangimento: as limitações no acesso pedonal ao Hospital de Santo António, do qual dependem para os seus negócios continuarem a sobreviver.
As dificuldades começaram há dois anos com o encerramento do jardim do Carregal. O motivo é a obra da Linha Rosa da Metro do Porto que começou uma nova etapa, o que implica mais um constrangimento para os comerciantes e moradores da zona.
O Porto Canal esteve à conversa com Bruno Barros, proprietário do café Decomur, que revela que esta fase da obra é a mais crítica para os comerciantes. Com esta nova fase, a principal alteração é no acesso pedonal ao hospital de Santo António. Os comerciantes já notam diferença na faturação porque são os pacientes e trabalhadores do hospital que fazem sobreviver os negócios da zona. “Todo o motor da zona é o Hospital de Santo António, todos os comerciantes vivem das pessoas que visitam diariamente o hospital”, afirma Bruno.
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“Desde segunda-feira que notamos que a faturação diminuiu 30/40% e estamos no mês de agosto. Entretanto vai começar setembro, um mês mau para todo o português, e isto tende a piorar a cada dia”, concluiu o comerciante.
Face a este cenário, pedem apoio e novas soluções à metro do Porto, mas as respostas são escassas. Para além dos comerciantes, também há moradores que vêm as suas vidas prejudicadas por conta da obra. É o caso de Adelaide Morais, moradora numa rua junto ao Jardim do Carregal há 70 anos. Adelaide compara o barulho das obras noturnas com um estaleiro. “Sinto-me dentro de um estaleiro (…) não consigo dormir e isto é uma vergonha” afirma a moradora.
A senhora de 70 anos tem de se deslocar semanalmente até ao Hospital de Santo António por conta de um problema de saúde. “Se tiver de ir ao hospital por onde é que atravesso? Não existe sequer uma passadeira, tenho de ir dar uma volta enorme”.
A nova etapa da empreitada começou esta segunda-feira e prevê-se que tenha a duração de pelo menos um ano.